MITOS CONJUGAIS



MITOS CONJUGAIS - Adaptado por Maria Zilah Brandão e Paula Scarpelli

Além das dificuldades reais que enfrentamos no relacionamento conjugal, nos deparamos ainda com problemas que segundo o psicoterapeuta Arold Lazarus são apenas "aparentemente problemáticos". Lazarus se refere aos mitos conjugais como crenças errôneas que desenvolvemos e que influenciam inadequadamente novos relacionamentos amorosos. Veja a seguir quais são estes mitos e identifique o seu posicionamento pessoal.

Chame seu parceiro para trocar idéias com você sobre este assunto; vai ser produtivo!

Mito 1 – Marido e esposa são os melhores amigos

O matrimônio se sobrepõe à amizade, mas não é sinônimo dela. O matrimônio é compartilhar intimamente e a amizade é compartilhar a intimidade.

Mito 2 – O romantismo do casal faz o bom matrimônio

O matrimônio não é um interlúdio romântico, é uma relação prática e séria. As pessoas têm que aprender a substituir o amor romântico pelo afeto conjugal, é este que forma as bases de um casamento pleno de êxito.

Mito 3 – Uma relação extraconjugal destrói o casamento

As pessoas se envolvem em relações extraconjugais por várias razões que podem ser saudáveis e doentias; e somente algumas delas refletem conflitos matrimoniais.

Mito 4 – Quando se sentir culpado, confesse

A pessoa que se sentir culpada por uma aventura deve desabafar com outra pessoa e jamais com um cônjuge.

Mito 5 – O marido e a esposa devem fazer tudo juntos

Quando um casal faz tudo junto, divide todas as coisas e não aceita viver experiência alguma sem a participação do outro, eles deixam de funcionar como indivíduos e formam um casal. Quando duas pessoas se fundem complemente formando um só, a relação causará um grande sufoco emocional.

Mito 6 – Temos que lutar para salvar o casamento

O casamento pede mudanças e adaptações que não são precisamente um "trabalho". Um bom casamento requer dedicação, mas dedicação não significa trabalho duro e sacrifícios, ele se baseia em concessões mútuas.

Mito 7 – Num bom relacionamento, um tem confiança total no outro

Os bons matrimônios geralmente não se baseiam na confiança total. Eles têm por base uma insegurança fundamental. É mais realista acreditar que o nosso cônjuge é um ser humano fiel, porém sujeito a falhas.

Mito 8 – Você deve fazer o outro feliz no casamento

Sermos responsáveis pela nossa própria satisfação e realização, aumenta as possibilidades da vida em geral e do matrimônio ser mais agradável. Não é obrigação do seu cônjuge fazer o outro feliz, você que tem que determinar quanta alegria, jovialidade e energia você pode ter na sua vida.

Mito 9 – Num bom relacionamento, esposo e esposa podem descarregar "tudo" no outro

As relações íntimas requerem a mesma cortesia, educação e respeito que estamos dispostos a oferecer a estranhos.

Mito 10 – Os bons maridos consertam tudo em casa e as boas esposas fazem a limpeza. é um mito bastante antigo.

Mito 11 – Ter um filho melhora um mau casamento

Em geral, as crianças tendem a consolidar e enriquecer um bom matrimônio. Em um matrimônio ruim, esta carga adicional só serve para piorar as coisas, o aparecimento de um bebê é uma fonte de crise e exigências novas sobre o casamento.

Mito 12 – O matrimônio deve ser uma sociedade 50%-50%

As pessoas são iguais em valores, mas ao mesmo tempo são diferentes entre si. Dessa forma, debaixo de algumas circunstâncias tais como 60%-40%, 75%-25% qualquer outra combinação pode ser muito melhor do que 50%-50%.

Mito 13 – O matrimônio pode realizar todos os nossos sonhos

Um bom casamento pode ser um detalhe importantíssimo e desejável para a vida plena, mas não é de forma nenhuma essencial.

Mito 14 – Os que amam de verdade, advinham os pensamentos e sentimentos do outro

É importante que os cônjuges ensinem uns aos outros quais as melhores formas de convivência para os dois. Diga o que você sente, e sinta o que você diz e não espere que o seu cônjuge tenha que ler a sua mente.

Mito 15 – Um casamento infeliz é melhor do que um lar desfeito

Matrimônios vazios sobrevivem por pressões sociais ou "pelo bem das crianças", e quando isto acontece, as crianças se tornam desamparadas porque as necessidades emocionais delas são esquecidas. Uma separação bem realizada não será motivo de crise para os filhos.

Mito 16 – As ambições do marido são mais importantes do que a profissão da mulher

Ambos, homens e mulheres são capazes de cuidar dos seus parceiros, ter amizades, cuidar de casa e preservar a sua identidade profissional. Trata-se de um erro da mulher deixar sua profissão para cumprir as obrigações domésticas – e mais tarde sofrer por isso.

Mito 17 – Se a (o) esposa (o) quer deixá-lo (a), "faça tudo para impedí-la (o)"

A destruição do casamento é quase sempre um problema sério e por isso é fácil compreender porque tantos casais não querem deixar um companheiro ir embora. Se um dos cônjuges quer sair, deixar o casamento, mas acaba ficando por piedade, medo, dinheiro, culpa, que tipo de união é essa?

Mito 18 – Um amor que já morreu, às vezes pode renascer

0 amor não pode ser manipulado, quando ele morre, está morto. Se existir um pequeno companheirismo, qualquer vestígio de afetividade conjugal ou compreensão humana, é compreensível a tentativa de se evitar a separação, mas muitos casamentos horríveis sobrevivem porque os cônjuges se grudam uns aos outros por causa de seus medos neuróticos.

Mito 19 – Competição entre marido e esposa estimula o casamento

A competição corrói a essência do companheirismo e a confiança, que é a base de um bom casamento. A atitude competitiva diminui a reciprocidade, o esforço conjunto e as metas de um casal equilibrado.

Mito 20 – Você deve transformar seu cônjuge numa pessoa melhor

Prefira se casar quando for possível ter como base o amor e a compatibilidade. Quando os interesses, atitudes e sentimentos vividos dependem de pequenos ajustes, mas nunca de mudanças radicais.

Mito 21 – Os opostos se atraem e se completam

Os opostos podem se atrair devido aos seus diferentes estilos de vida. Como amigos ou amantes, eles geralmente se relacionam bem por curto período de tempo, quando encontram uma relação complementária que neutralize suas carências e falhas. Porém quando se casam, essas diferenças entram em choque e os colocam frente-a-frente com suas diferenças fundamentais.

Mito 22 – Os casais não devem revelar seus problemas a estranhos

Ao se abrirem com pessoas estranhas, os casais podem achar soluções construtivas para suas dificuldades.

Mito 23 – Não tenha sexo se estiver com raiva

Os que acham que o sexo e o amor devem caminhar juntos e que a irritação e o ressentimento devam ser eliminados antes da relação sexual amorosa, serão frustrados. Os casais que aprendem a vivenciar uma variedade de alternativas sexuais como o – sexo amoroso, erótico, luxuoso, brincalhão e até mesmo o sexo raivoso – poderão ter menos conflitos e um casamento melhor e menos limitado em suas possibilidades de expressão sexual.

Mito 24 – Conforme-se com o que você tem

Existem muitos matrimônios que podem crescer e serem mais ricos, tornando as relações difíceis numa aventura satisfatória e cheia de vida. Os que acreditam que nada pode ser feito para melhorar tais casamentos, geralmente estão equivocados.

Para maiores detalhes sobre o assunto, consulte o livro: LAZARUS, Arnold. Mitos Conjugais. Campinas: Editorial Psy, 1992.

Imagem: http://www.acores.net/canalacores/view.php?id=230887

Por que Dunga não é um behaviorista

O texto intitulado “O caso do Sr. D”, publicado pelo colunista da revista Veja Diogo Mainardi, em 26 de junho de 2010, traz alguns equívocos sobre a tradição de psicologia chamada genericamente de behaviorismo ou psicologia comportamental. Mainardi faz a seguinte afirmação em seu texto: “Dunga só pode ser nosso B. F. Skinner. Ele faz com seus jogadores precisamente o mesmo que, nos primórdios do behaviorismo, B. F. Skinner fazia com os pombos e com os macacos de seu laboratório. Primeiro, prende-os numa gaiola. Segundo, isola-os de qualquer contato com o exterior. Terceiro, raciona seus alimentos. Quarto, condiciona seu comportamento administrando-lhes choques elétricos”.

Cabe lembrar que Dunga não é um behaviorista e, consequentemente, não é um especialista do comportamento. Ele é apenas alguém que algumas vezes usa desavisadamente a punição, procedimento que psicólogos comportamentais combatem veementemente.

O behaviorismo é uma filosofia que embasa a ciência empírica que estuda o comportamento dos organismos, sendo esta chamada de Análise do Comportamento ou Psicologia Comportamental. Behavioristas não criaram a punição (ou mesmo os choques elétricos) e seu fundador - B. F. Skinner - é o maior inimigo de práticas coercitivas ou punitivas. As instituições sociais criaram as punições, e não os behavioristas. Como cidadãos, observamos consternados métodos “disciplinadores” em nossas relações econômicas, governamentais, educacionais, religiosas, entre outras. Todos nós estamos bem familiarizados com as práticas de nossa cultura, que apresenta consequências punitivas para pessoas que infringem a leis, tais como a não prestação de contas ao fisco, o não cumprimento de deveres cívicos, o desempenho insatisfatório em trabalhos escolares, ou qualquer ação que seja classificada como pecado ou erro.

Os behavioristas, buscando meios de suprimir essas práticas e demonstrar seus efeitos perniciosos, pesquisam a punição com profundidade há mais de 60 anos, com robusta produção científica, denunciando veementemente as práticas coercitivas na sociedade. Mesmo em épocas de ditadura militar, analistas do comportamento não deixaram de se manifestar publicamente contra a prática da punição em nossa cultura. Maria Amélia Matos (em memória) foi uma das pessoas que o fizeram, em um artigo denominado “A ética no uso do controle aversivo”, de 1982.

Temos behavioristas no Brasil reconhecidos internacionalmente, trabalhando e buscando soluções para um vasto leque de problemas humanos, sem o uso de punição. No campo da saúde, desenvolvemos tecnologias de intervenção que melhoram a vida das pessoas que sofrem dos mais diversos distúrbios. Comumente tratamos dos efeitos maléficos provocados pela punição e ensinamos nossos clientes a como efetivamente enfrentá-la. Temos terapeutas comportamentais trabalhando com pessoas deprimidas, fóbicas, ansiosas. Trabalhamos também com crianças com problema de desenvolvimento dos mais diversos. O tratamento de maior eficácia para o autismo é reconhecidamente de orientação behaviorista.

Como cientistas também preocupados com as práticas educacionais, auxiliamos na formação de melhores professores e na educação de crianças para que essas venham a se tornar cidadãos dignos e atuantes em suas comunidades. Pessoas que saibam fazer escolhas e que não venham a causar sofrimentos a outros ou a si mesmo, usando, inadvertidamente, a mesma punição que aprenderam em ambientes sociais coercitivos.

Muitos colegas na Psicologia Comportamental trabalham em empresas, no esporte ou no planejamento de políticas sociais mais humanas. B. F. Skinner, ao seu tempo, foi um humanitário e as causas ilustradas no livro Walden II (obra bem lembrada por Mainardi) são, por assim dizer, genuinamente humanitárias. Vale lembrar que, em nenhum momento desta obra de ficção, o autor propõe uma sociedade totalitária. Pelo contrário, sua proposta de sociedade defende o respeito à individualidade e à liberdade individual. Aliás, o mesmo Skinner defende que, se a sociedade em que vivemos não usasse tanta punição, nem precisaríamos criar um termo como a “liberdade”, já que ele seria um valor comum e não um estado de exceção.

Em setembro próximo teremos o XIX Encontro Nacional da Associação Brasileira de Psicoterapia e Medicina Comportamental (ABPMC - www.abpmc.org.br), o maior fórum científico da área. Reunimos hoje mais de três mil pesquisadores, profissionais e alunos de graduação preocupados com a relevância social das nossas descobertas e com o rigor ético de nossas intervenções. Queremos, sim, construir um mundo mais digno. E os dados da ciência do comportamento vêm sendo profícuos em nos ensinar a como fazer isso. Mas isso depende da capacidade de nossos interlocutores superarem preconceitos históricos e ouvir o que temos a compartilhar à luz do atual desenvolvimento da Análise do Comportamento e do behaviorismo skinneriano. Basta uma rápida pesquisa nos anais de nossos Encontros para notar nossa preocupação com temas que afligem a sociedade e que poderão comprometer a sobrevivência de nossa cultura, entre os quais estão justamente as mais variadas formas de punição.

Sabemos que os termos técnicos da Análise do comportamento por vezes impedem a adequada compreensão de nossa ciência. Mas a ABPMC estará sempre de portas abertas para esclarecer dúvidas, dialogar com colegas cientistas de outras áreas e com qualquer interessado na compreensão de nossa abordagem.


-Maria Martha Costa Hübner (Presidente da ABPMC e docente do Departamento de Psicologia Experimental da USP)
--Denis Zamignani (Vice- Presidente da ABPMC e Diretor do Núcleo Paradigma de Análise do Comportamento)
-Roberto Alves Banaco (membro da Diretoria da ABPMC, Professor Titular da PUC-SP e coordenador acadêmico do Núcleo Paradigma de Análise do Comportamento)
-Paulo Roberto Abreu (mestrando do programa de Pós-Graduação em Psicologia Experimental da USP e associado da ABPMC)
-Juliana Helena dos Santos Silvério (mestranda do Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento da PUC-SP e associada da ABPMC)



Maria Wang (Jornalista, mestre e doutoranda em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento da PUC-SP, associada e membro da Comissão de Comunicação da ABPMC

O Porquê dos nossos Sentimentos


Por que existem os nossos sentimentos? Nossas emoções? Por que somos seres racionais e emocionais e não apenas racionais?
A resposta a estas perguntas, embora poderá - inicialmente - soar estranha e aparentemente sem sentido ao leitor, me parece estar relacionada com um dos mais poderosos instintos inerentes ao ser humano: a sobrevivência de sua espécie.

O conceito de "sobrevivência", entretanto, deve ser mais amplo do que se supõe quando se refere a nós, seres humanos, pois comer, beber, dormir e procriar não bastam. É como se extrapolássemos estes quatro requisitos básicos para sobrevivermos. Precisamos de mais... E este mais está ligado ao nosso bem estar físico e mental, felicidade e satisfação.

Sentimentos e emoções são em grande número em nossas mentes; eles afetam nossos corpos, nosso comportamento, as nossas vidas. Não há espaço aqui para explicar um a um com base na sobrevivência de nossa espécie como animal. Darei exemplos de alguns. Importante realçar também o caráter "estatístico" deste artigo, no sentido em que estarei falando de características de populações. As características de um indivíduo pode representar uma tendência em toda uma população, uma maioria, onde as exceções não importam. Quando eu falar de algum sentimento ou emoção, o leitor deverá pensar em termos amplos, gerais. Por exemplo: se digo que o amor é o elo de ligação mais importante entre pais e filhos e que sem ele a raça humana já estaria extinta, excluo os poucos casos onde os filhos foram abandonados ao nascer ou quando criança.

A Teoria da Evolução de Darwin sempre fora mal explicada e mal vista por muita gente. No começo do século XX, aqui no Brasil, era proibido falar nela nas escolas; havia preconceito em todos os países mas entre os cientistas ela simplesmente só evoluiu desde a sua concepção no século XIX. Isto criou um abismo entre os conhecimentos da Ciência nesta área e tudo aquilo que as pessoas comuns pensam e imaginam sobre como os seres vivos se modificam, se adaptam, sobrevivem, etc. E tudo isto se relaciona apenas com os corpos desses seres; imagine quanta ignorância existe quando se entra na correspondência entre evolução e mente.

Os seres vivos mais complexos do planeta, aves e principalemnte mamíferos, possuem cérebros altamente complexos e adaptados para conseguirem sobreviver aos estímulos negativos, destrutivos do meio ambiente. Insetos, peixes e répteis nascem em um estágio de maturidade o suficiente para se locomoverem e explorarem o mundo exterior; fora isto, o número de filhotes é grande o bastante para nem todos serem devorados pelos predadores. A coisa é diferente com os mamíferos: poucos filhotes e frágeis, necessitando-se de uma longa jornada de aprendizagem sobre seu ambiente, para um dia enfrentarem sozinhos os perigos deste mesmo ambiente e procriarem. Aí que entram as emoções. Algumas são básicas e compartilhamos com seres menos complexos: o medo e a agressividade. O medo é importante pois é um sinal de alerta, de algum perigo no meio; quem sobreviveria se não tivesse medo de nada? É necessário a existência de agressividade porque nada pode ser só passivo; enfrentar algum perigo, uma ameaça, requer também respostas passando, às vezes, pela agressividade. Em especial nos seres humanos, a natureza foi "caprichosa" no aspecto emocional: sentimos alegria, tristeza, ódio, paixão, culpa, satisfação, amor, afeto, temos fé, esperança, etc.

Temos a capacidade de procurar sexo mesmo sem a intenção de procriar. Procuramos porque gostamos, porque faz bem, porque nos satisfaz. Chegamos ao ponto de nos deliciar com um prato só para nos satisfazer mesmo sem estar com fome, ou seja, sem a necessidade momentânea de sobrevivência; por puro prazer. Procuramos coisas como viajar, sair, encontrar alguém de quem gostamos, nos divertir, porque faz parte do nosso lazer, do nosso bem estar. A palavra "gostar" está sempre presente; os sentimentos estão sempre presentes.

Existe o trabalho... Ele deve ser entendido como uma atividade inerente ao ser humano, seja qual for o seu modo ou finalidade: do homem de duzentos mil anos atrás ao perseguir uma presa durante horas, ao homem de hoje em um escritório repleto de aparelhos eletrônicos a ajudá-lo em seu dia a dia, tudo é trabalho. Tudo o que for uma atividade a implicar em geração de bens ou realização de uma tarefa imprescindível à nossa sobrevivência, mesmo que indiretamente. É o caso, este último, das sociedades que se modernizaram e o fruto do trabalho passou a ser algo "simbólico", o dinheiro, onde através dele conseguimos o que precisamos. Existiria o trabalho para nós se não gostássemos? Se não gostássemos ou se não sentíssemos nada com os seus frutos? Não existe somente o ato de trabalhar; sentimentos e emoções, conquistas que nos levam a satisfações extremamente benéficas a nós estão em jogo.

Quero dizer que vivemos procurando atividades, conquistas, coisas que nos fazem bem, para a nossa felicidade e bem estar. Se ora não conseguimos temos outras chances, temos nosso amor próprio e continuamos a viver, a procurar. Temos fé, esperança, sonhamos.
E os sentimentos negativos, as emoções violentas e negativas? Veja, nenhum sistema adaptativo como o cérebro, que visa o comando de um corpo para se perpetuar junto a ele, irá responder somente de modo positivo, no sentido de sentimentos positivos, em um meio ambiente onde os estímulos exteriores são positivos e negativos também. Ninguém gostará de um inimigo!
Para se capturar um animal faz-se necessário uma boa dose de agressividade e nós utilizamos recursos muitas vezes cruéis onde, se fôssemos parar para pensar, não comeríamos sequer um pequeno peixe do mar! Pode-se imaginar o quanto as nossas sociedades cresceram e se desenvolveram às custas de muitas mortes ou exploração, onde nossos ancestrais utilizaram e muito da capacidade humana de destruição para com os inimigos. E destruir envolve muita coisa de negativo.

Este é o universo da mente. Interessante salientar o papel da consciência em todos esses processos. Por exemplo: temos consciência de que o sexo é bom; então o procuramos, como disse anteriormente, sem a intenção de procriar. E também procuramos de forma consciente para deixarmos descendentes... A consciência é que talvez nos leve a transpor àquilo que eu disse a respeito de comer, beber, dormir e procriar: seres conscientes buscam estas coisas de maneira "automática", intuitiva. Mas procuram também para usá-las como fonte de prazer e satisfação; procriar seria exceção mas o sexo em si não; e procuram outras, como em um nível mais alto de atividade sistêmica, como o lazer, atividades prazeirosas, etc., para se sentirem bem. O sexo sem interesse de gerar filhos é talvez o ponto mais alto nessa "escala".

A consciência, indo mais longe, precisa necessariamente de, no mínimo, dois suportes emocionais para se perpetuar; duas forças poderosíssimas: a fé e o amor próprio. Que espécie de seres conscientes conseguiria a perpetuação se não acreditassem em si mesmos? No seu trabalho, na sua luta diária? Ou, como na maioria dos habitantes do planeta, em algo divino para se apoiarem? Nem levantariam da cama! E que sistema poderia também sobreviver se não gostasse de si próprio? O que adianta um corpo forte em uma mente fraca? Talvez chegamos a um fato universal: qualquer ser consciente no cosmos terá este tipo de característica. Talvez não exista nada somente racional.

Este artigo pode dar a impressão de que refere à nossa civilização ocidental, consumista, desejosa de prazeres, poder e dinheiro; não é isso. Ele se refere àquilo que os seres humanos possuem em sua natureza íntima, de básico em suas mentes onde se criou todas as culturas e civilizações até hoje. Umas foram mais pacíficas que outras; algumas foram mais mercantilistas, enquanto outras se preocuparam com a tecnologia e produção industrial. Mas a sobrevivência do homem se deu até hoje com a combinação de um lado racional com outro emocional. E sobrevivência para o ser humano engloba, além de sua natureza racional, tudo o que proporciona satisfação, felicidade, prazer, conquistas, etc. "Estados" correlacionados com nossas emoções e sentimentos. Retire tudo isto dos humanos e verá a nossa espécie desaparecer.

O meu artigo em uma edição anterior desta revista, “O Porquê dos nossos Sentimentos - I ” representou uma sugestão sobre o papel dos sentimentos e emoções na Teoria da Evolução de Darwin. É um texto de Neurociência onde eu sugiro a razão pela qual sentimentos e emoções existem em nossos cérebros.

Dúvidas surgiram em vários leitores e por isto senti a necessidade de desenvolver um pouco o assunto.

Para começar, temos que entender que existe uma ordem aparente na evolução animal, uma escala crescente em complexidade nos seres vivos do nosso planeta. De seres unicelulares povoando diversos hábitats terrestres, até nós humanos, passamos pelos insetos, répteis, peixes, aves e todos os mamíferos, estes últimos menos complexos que nós. A diferença entre nós e os outros mamíferos se refere àquilo que é o sistema mais complexo conhecido: o nosso cérebro. Em termos somáticos, e até certo ponto no sistema nervoso, somos muito parecidos com eles, do ponto de vista da morfologia, da genética e da bioquímica. É importante lembrar que esta escala não representa necessariamente uma ordem crescente em complexidade na história evolutiva de cada grupo em relação aos outros. Por exemplo, uma ave é mais complexa que um inseto mas este pode ser mais novo como espécie. Pode até ocorrer uma diminuição da complexidade ao longo da evolução de uma espécie. O neurofisiologista Rodolfo Llinás, em seu notável livro "I of the Vortex", relata a existência de um invertebrado marítimo que, ao passar da forma larval, que se move livremente na água, para uma forma afixada permanente, como uma ostra, digere o seu próprio cérebro, provavelmente por não precisar mais de tanta complexidade.

Atualmente é aceito sem dúvidas que a origem das espécies novas está baseada no fato de que os seres evoluem, ou seja, se modificam, se adaptam à mudanças no ambiente, etc. Assim, o chamado "modelo padrão" da biologia se consolidou através do casamento entre as descobertas da biologia molecular, da genética e da teoria da evolução. Pode ser argumentado, portanto, que isso se aplica a todos os aspectos da nossa biologia, inclusiveas bases para os nossos mais complexos comportamentos e emoções.

A evolução biológica se manifesta através de mudanças permanentes (codificadas genéticamente) na forma e função das células, tecidos e órgãos dos seres vivos, Entretanto, o que interessa para nós aqui, é que desde os tempos de Darwin, mas especialmente como resultado do trabalho pioneiro de etólogos animais na década dos 30s, tais como Konrad Lorenz, sabemos que o comportamento dos animais também está sujeito a pressões seletivas e adaptativas. O comportamento "surgiu" na Terra há muito tempo. Por exemplo, um ser unicelular, como uma ameba reage se afastando de um estímulo negativo ou se aproximando de um estímulo positivo para sobreviver. Comportamentos simples, como tropismos deste tipo, existem provavelmente há centenas de milhões de anos, e podem ser encontrados até mesmo em organismos que não têm sistemas nervosos, como plantas. Entretanto, a seleção natural pressionou pelo surgimento de comportamentos cada vez mais complexos e avançados, levando à evolução dos órgãos sensoriais, músculos e redes neurais especializadas. Para o comportamento aplica-se a mesma coisa que para outros traços dos organismos: quanto maior for a gama de comportamentos exibidos por um determinado organismo reagir, sobreviver, maior será a sua chance de se adaptar adequadamente ao ambiente mutante. Diversidade é a palavra-chave aqui. Muitos autores sugerem, portanto, que a complexidade cerebral é essenciamente relacionada à complexidade das estratégias comportamentais desenvolvidas para a sobrevivência da espécie e os rigores da competição. Por isso não é difícil de imaginar que, como os organismo precisam adquirir e processar uma maior quantidade de informações a respeito do meio ambiente, isso exige um sistema nervoso mais complexo.

Eventualmente (e esse era um dos maiores medos de Darwin, como humanista e religioso), todas as características do cérebro humano, mesmo aquelas consideradas "superiores" e complexas, como linguagem, pensamento, logica, sentimentos, etc., podem ser inteiramente explicadas pelos efeitos da seleção natural na evolução. Alguns autores, como Richard Dawkins, chegam ao extremo se sugerir que a característica essencial de todos as formas vivas é simplesmente preservar a sobrevivência dos genes (veja o seu livro "O Gene Egoísta").

No meu primeiro artigo citei o exemplo do "elo de ligação" que aparece entre pais e filhos, através de sentimentos como afeto, amor, etc., sem os quais ninguém sobreviveria neste planeta logo após o nascimento. Entretanto, em muitas situações, o instinto de proteger os filhores entra em conflito com os instintos de sobrevivência. Primeiro, um genitor precisa, entre outras coisas, saber quem são seus filhos, saber o que fazer para protegê-los e a si próprios. Neste ponto o cérebro, com seu lado racional, passa a ser tão importante quanto o lado emocional. Além disso: reações como a agressividade contra predadores, e comportamentos e sentimentos de defesa em relação ao bem estar do grupo social como um todo, podem tomar uma precedência em relação aos próprios cuidados com a prole, devido à necessidade de perpetuar a espécie. Podemos observar isto em primatas não humanos, tais como chimpanzés, em que o infanticídio é muito comum e é relacionado às bases instintivas desses tipos de defesas.

Isso não acontece com os seres humanos, entretanto. Devido à evolução cultural, a base emocional e instintiva pode ser inteiramente modificada através da razão. Por exemplo, uma mãe pode preferir sacrificar a própria vida para salvar a do seu bebê. Ou a sobrevivência do grupo social pode ser ameaçada com base em razões puramente racionais (como na guerra). "Saber" é racional; "sentir" é emocional; e aí estão os dois pilares cerebrais de que falei no primeiro artigo: somos seres racionais e emocionais e não só racionais. Essas duas esferas estão unificadas e não podem ser separadas, como foi explicado de forma muito bonita pelo neurologista Antonio Damasio, em seu livro "O Erro de Descartes". Citando a falta completa de emoções em personalidades sociopáticas, e as alterações de personalidade em pacientes lesados em certas áreas frontais do cérebro, tal como no caso histório de Phineas Gage, Damasio explica que o erro de René Descartes foi supor que há uma separação entre o racional e o irracional (emoções, sentimentos), e que ser supremamente racional seria a melhor coisa para a humanidade. Não é verdade: sem emoção, a racionalidade perde um componente importante e se torna patológica!

Em conclusão, podemos dizer que a natureza encontrou um caminho para resolver o problema dos seres vivos que possuem uma prole dependente dos pais durante o período de amadurecimento. As estratégias comportamentais que surgiram após milhões de anos da evolução dos hominídeos e de seleção sexual envolvem uma complexa mistura de razão e emoções. Esta provavelmente é a base da nossa singularidade entre todas as espécies .

Sobre o Autor
Argos de Arruda Pinto
Físico
Santa Rita do Passa Quatro-SP

Imagen: National Cancer Institute

Depressão: o que é isso?

O termo Depressão pode significar um sintoma que faz parte de inúmeros distúrbios emocionais sem ser exclusivo de nenhum deles, pode significar uma síndrome traduzida por muitos e variáveis sintomas somáticos ou ainda, pode significar uma doença, caracterizada por alterações afetivas.
O público está certo ao estranhar a constante e abusiva presença desta tal Depressão em quase tudo que diz respeito aos transtornos emocionais, e os psiquiatras não estão menos certos ao procurarem descobrir uma ponta de Depressão em quase tudo que lhes aparece pela frente.
Do ponto de vista clínico, seria extremamente fácil e cômodo se a Depressão fosse caracterizada, exclusivamente, por um rebaixamento do humor com manifestação de tristeza, choro, abatimento moral, desinteresse, e tudo aquilo que sabemos ter uma pessoa deprimida.
Fosse assim tão típico e característico, até o amigo íntimo, o vizinho ou o dono da bar da esquina poderiam diagnosticá-la. A parte trabalhosa da psiquiatria está no diagnóstico dos muitos casos de Depressão atípica, incaracterística ou mascarada, bem como, perceber traços depressivos em outras patologias emocionais, como por exemplo, nos casos de Pânico, Fobia, etc.
A sintomatologia depressiva é muito variada e diferente entre as diferentes pessoas. Para entender melhor essa diversidade de sintomas depressivos, imagina-se que, entre as pessoas, a Depressão seria como uma bebedeira geral, onde cada pessoa alcoolizada ficasse de um jeito; uns alegres, outros tristes, irritados, engraçados, dorminhocos, libertinos... O que todos teriam em comum seria o fato de estarem sob efeito do álcool, estariam todos tontos, com os reflexos diminuídos, etc. Mas a atitude geral em resposta ao alcoolismo, cada um estaria de um jeito, de seu jeito. Diante da Depressão também; cada personalidade se manifestará de uma maneira.
A psicopatologia recomenda como válida a existência de três sintomas depressivos básicos, os quais dão origem a variadíssimas manifestações de sintomas. Essa tríade da Depressão seria:
1 - Sofrimento Moral,
2 - Inibição Global e,
3 - Estreitamento Vivencial.
Compete à sensibilidade do observador, relacionar um sentimento, um comportamento, um pensamento ou sentimento, como a expressão individual de um desses três sintomas básicos, como sendo a expressão pessoal e adequada da personalidade de cada um diante da Depressão.

Depressão com Ansiedade ou Ansiedade com Depressão?

Alguns deprimidos podem apresentar sintomas somáticos (físicos), juntamente ou ao invés dos sintomas emocionais de tristeza, angústia, medo, etc. Esses sintomas físicos podem ser, por exemplo, dores vagas e imprecisas, tonturas, cólicas, falta de ar, e outras queixas de caracterização clínica complicada.
Para a personalidade estes pacientes somáticos, talvez seja mais fácil comunicar sua aflição e desespero através dos órgãos que do discurso. Também em crianças e adolescentes a Depressão pode se dissimular sob a forma de um humor irritável ou rabugento, revoltado e irrequieto, ao invés da tristeza e abatimento.
Outras pessoas podem manifestar sua Depressão com irritabilidade aumentada, como por exemplo, crises de raiva, explosividade, sentimentos exagerados de frustração, tendência para responder a eventos com ataques de ira ou culpando os outros.
Na Depressão também é muito freqüente um prejuízo no pensamento, na concentração e na tomada de decisões. Os depressivos podem se queixar de enfraquecimento da memória ou mostrar-se facilmente distraídos. A produtividade ocupacional costuma estar também prejudicada, notadamente nas profissões intelectualmente exigentes. Em crianças deprimidas pode haver uma queda abrupta no rendimento escolar, como resultado da dificuldade de concentração.
Freqüentemente existem pensamentos sobre a morte nos quadros depressivos. Trata-se, não apenas da ideação suicida típica mas, sobretudo, de preferir estar morto a viver "desse jeito". Nos idosos as dificuldades de memória podem ser a queixa principal, confundindo isso com os sinais iniciais de demência.
O quadro com prejuízo da memória e outros sinais que poderiam confundir a Depressão com demência recebem o nome de Pseudodemência Depressiva. Nestes casos, junto com a lentidão dos processos psíquicos, aparece também um exagerado desinteresse, dando a falsa impressão de que a pessoa não está tendo consciência absoluta da realidade. De fato, o idoso deprimido tem é um grande desinteresse em lembrar fatos e em participar dos eventos cotidianos.
Para entender porque e como existem sintomas de Depressão atípica, temos que falar da coexistência da Depressão com a ansiedade, sabendo que essa última sim, é bastante produtora de sintomas somáticos.
Embora os atuais manuais de classificação de doenças mentais tratem separadamente os quadros ansiosos dos depressivos, muitos autores têm se preocupado em estabelecer relações entre esses dois estados psíquicos. Kendell (1974), ao longo de cinco anos de observação, constatou que o diagnóstico de Depressão passa para Ansiedade em 2% dos casos e, em sentido contrário, da Ansiedade para a Depressão, em 24% dos casos. É assim que antigos quadros ansiosos costumam evoluir no sentido da Depressão (Roth, 1972 e 1982). Lesse (1982) sustenta ainda a idéia da evolução do estresse para Ansiedade e, em seguida, para Depressão.

TRATAMENTOS PARA DEPRESSÃO
Hoje se aceita que a melhor orientação terapêutica para a Depressão é a combinação da psicoterapia e da farmacoterapia. As principais técnicas de psicoterapias usadas são:

Terapia Cognitiva. É calcada na tentativa de corrigir distorções cognitivas presentes no transtorno depressivo, isto é, procura corrigir esquemas de pensamento falhos próprios dos deprimidos. Os principais objetivos da terapia cognitiva são: aliviar sintomas por correção dos pensamentos viciosos da depressão, identificar cognições autodestrutivas e modificar esquemas de pensamentos errôneos.

Terapia Comportamental. Baseia-se na hipótese de que padrões de comportamentos mal-adaptativos, próprios dos deprimidos, resultam acabam resultando no mau relacionamento com a sociedade em geral e, em particular, com a família. Ao tratar dos comportamentos mal adaptativos os pacientes aprendem a se relacionar com o mundo à sua volta de modo mais harmônico.
-------------------------------

JG Ballone
Ballone GJ - Depressão: O que é isso? - in. PsiqWeb, Internet, disponível em www.psiqweb.med.br, 2007

Sofrimento bem trabalhado, pode ser benéfico ao ser humano.


Sofrimento bem trabalhado, pode ser benéfico ao ser humano.

É o que nos reafirma a psicoterapeuta Maria Zilah Brandão (*) em recente artigo publicado na Folha de Londrina, sob o titulo de “O lado bom do sofrimento”.
Trata-se do emprego da Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) que orienta os pacientes a aceitar os sentimentos ruins para encontrar a paz e superar as adversidades.
Ao contrário da maioria das abordagens que aconselha os pacientes a não manter pensamentos e sentimentos negativos, a ACT acredita que aceitar a dor emocional é importante para encontrar a alegria, a satisfação e superar problemas graves como Ansiedade, depressão e Síndrome do Pânico.
Assim, evitar o sofrimento pode trazer conseqüências negativas para o indivíduo, pois sofrer é algo comum do ser humano. Negar ou evitar esse sentimento pode levar a uma estagnação, ao medo de experimentar e enfrentar as novas situações. Por exemplo, uma pessoa que tem uma desilusão amorosa e não aceita sofrer por isso; certamente pelo medo de passar pela dor do fim em novos relacionamentos, deixará de se envolver verdadeiramente com alguém. Ao evitar o que é ruim, evita também o que pode ser muito bom.
Segundo Maria Zilah é comum a fuga do sofrimento por meios desaconselháveis e compulsivos tais como o abuso de álcool e outras drogas e excesso de sexo como exemplos. Diz ela que as pessoas precisam perder a compulsão de tentar se livrar e evitar sentimentos negativos; entendendo que tal como pensamentos ruins, a tristeza também passa com o tempo.
Mas alerta a psicoterapeuta que, aceitar o sofrimento não é evidentemente cair em atitude conformista e passiva. É sim a compreensão de que não se deve tentar controlar o sofrimento no sentido de evitá-lo. Portanto não é simplesmente uma resignação e continuidade do sofrimento, mas sim superar as experiências ruins e nos abrirmos para novas experiências e oportunidades que não serão fatalmente idênticas à anterior.

Com a ACT procura ao mesmo tempo duas coisas:-

1. Aceitação do sofrimento, admitindo a dor e falando sobre ela. (Aceitação)

2. Busca pelo paciente daquilo que realmente precisa ser valorizado. (Compromisso)

Um terceiro aspecto destacado pela psicoterapeuta é sobre o distanciamento da realidade. Ela explica que muitas vezes as pessoas fantasiam sobre o ruim e o bom, dando dimensões muito maiores. No caso do medo do sofrimento, geralmente há a crença de que esse sentimento será muito pior do que ele realmente pode ser. Exemplifica dizendo que “Quando perdemos um amor, por exemplo, sempre achamos que nunca mais vamos encontrar outro”. Mas sabemos que não é bem assim, outros amores surgem'‘.
Além do atendimento em psicoterapia a psicoterapeuta Maria Zilah aconselha as pessoas em sofrimento a conversar, ler e assistir filmes que ajudem a aceitar a dor, e encontrar no trabalho, na família, nos amigos e no lazer o apoio e o motivo para agir positivamente. Muito assertivamente ela termina seu artigo dizendo o seguinte:- ''O tempo de sofrimento vai depender de cada um, mas é importante que o sentimento vá diminuindo ou se tornando aceitável com o tempo. ''
(*) Maria Zilah Brandão é psicoterapeuta do PSICC em Londrina - Pr.
Falando com o Psicólogo Prof. João Garcia de Campos
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Translator