Google

Desabafo de uma psicóloga...

O que significa um CRP para um CRM?

O que justifica anos de estudo diante de um médico? Foi a pergunta que me fiz qdo solicitei que um paciente fosse ao psiquiatra com o diagnóstico inicial de esquizofrenia.

Darei um nome fictício para relatar os dados da pessoa que narrarei.

Henrique, 22 anos, solteiro, se formando em química, boa aparência, limpo, cooperativo. Chega com a queixa de encontrar-se em ansiedade o que estava impedindo de estudar, dormir, medo de perder a namorada. Acreditei tratar-se de uma pessoa com ansiedade em final de período que tava cobrando muito por não conseguir estudar. Com o desenvolvimento da terapia percebi que o mesmo apresentava vários comportamentos: comportamentos sistemáticos, simetria, perfeição, pensamentos intrusivos, não completava um pensamento, muitas vezes muito prolixico e o mais importante: ele tinha muita preocupação no que iria falar. Claro! Tinha todos os critérios para TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo. O qual foi diagnosticado depois da Lista Yale-Brown de Obsessões e Complusões (Y-Bocs Checklist). Porém, algo não se encaixa no meu diagnóstico. Ele não respondia algumas perguntas, articulava bem as palavras e apresentava momentos de muita fúria de alguns colegas – o que daria para passar despercebido – Mas, não passou percebido pq acreditava que tinha algo “errado” neste diagnóstico. Não teria somente o TOC ou seria uma cor – morbidade no seu comportamento?! Quando o ouvi falando da suas capacidades que poderia fazer mais e melhor... opa! Esse seria mais um ponto para questionar outra patológica. Segui minha intuição de que havia algo errado e fui à busca desta hipótese. Utilizei algumas técnicas comportamentais como: diálogo socrático, desenhos e agenda ou diário terapêutico. Qual foi a surpresa ao ler seu diário terapêutico encontrei todas as afirmações das hipóteses que levantei: esquizofrenia? Psicose? Os comportamentos de frieza, pobreza de afeto assustavam. Até pq ele não demonstrava matar nem uma mosca. Como poderia imaginar que tinha desejos de matar a mãe por asfixia pq acreditar que se sujar de sangue não era elegante? Poderia imaginar que numa primeira consulta poderia questionar que se imaginava quebrando todos os ossos do joelho de sua avó? Pensaria numa única consulta que ele destilava ódio e horror pelos coleguinhas de colégio pq o considerava fracote? Imaginaria q ele poderia ter se vingado dos colegas e que me descreveria isso numa primeira consulta? Pois imaginem... Isso aconteceu com um CRM.

Solicitei uma investigação psiquiátrica com o diagnóstico inicial CID – 10 F. 20 e, para minha surpresa o que consegui em várias (fator tempo) sessões terapêuticas a psiquiatra levou a um xeque mate em 1 hora de conversa. Em uma hora deixou de medicar adequadamente um possível psicótico.

Desabafadoo!

Google

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fico feliz que comente e venha me visitar!
Um grande Abraço e Volte sempre!
Obrigada.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Translator