FORTALECENDO A AUTO-ESTIMA DO SER HUMANO


A auto-estima é um assunto muito abordado em tempos atuais onde vem sendo debatido na sociedade, em palestras e tornando-se algo preocupante diante da vida corrida, estressante e desregrada que se é impostas pelos vários compromissos e obrigações diárias a cumprir. E são através dos pensamentos, atitudes e vontades de mudanças que faz com que se possa fortalecer a auto-estima. Você se torna o que você pensa. Enfatizando ainda o quanto é necessário entender todos esses pontos para que se possa colocar em prática esse fortalecimento é que foi colocada aqui a importância do entendimento maior sobre o assunto, onde, através da lei da ação e reação, da atração, dos pensamentos positivos, do amor próprio é que se pode fazer com que os seres humanos tornem-se mais saudáveis emocionalmente e conseqüentemente mais felizes.

INTRODUÇÃO

A auto-estima pode ser desenvolvida em qualquer idade, onde antigamente acreditava-se que ela era determinada na infância e intocável o resto da vida. Ser feliz é uma questão de escolha. Claro que não é tão simples assim como um passo de mágica a mudança para aquelas pessoas que vivem em função do negativismo. Mas sabe-se também que quando se quer verdadeiramente algo na vida consegui-se.

DESENVOLVIMENTO

Explicando o significado da palavra URBAR (2004,23.) deixa clara a importância da comunicação ao citar Rosten, afirmando que: "A palavra, elas cantam, elas machucam, elas ensinam, elas santificam. Elas foram o primeiro feito incomensurável de magia do homem. Elas nos libertam da ignorância e do nosso passado bárbaro", afirmando também que "Palavras amáveis não custam nada, mas nos ajudam a obter muito". Elas podem até mudar vidas. "(138.).

Fazendo a comparação de algumas palavras mostra o peso significativo delas quando ditas. Isso faz com que se reflita sobre o que se fala, pois palavras têm realmente um poder enorme de construir algo positivo, assim como destruir a vida de alguém.

Reflita sobre como chega aos seus ouvidos e como se sente com as palavras que ofendem e as palavras que elogiam. Como por exemplo:

ODIO------------------------ AMOR

SOFRIMENTO------------ ALEGRIA

BATER---------------------- CARINHO

TRISTEZA------------------ ALEGRIA

CHORO---------------------- RISO

MORTE---------------------- VIDA

NEGATIVO----------------- POSITIVO

Várias outras palavras que não são percebidas que poderiam ser substituídas, pois o poder dessas palavras positivas é que vai dar aquele começo de mudança para a auto-estima aumentar e para que se compreenda que cada dia que amanhece quem vai dizer como ele vai ser será cada um, pois, se tem o poder de modificar o negativo em positivo.

As experiências vivenciadas com crianças em uma escola pública levam a crer em uma vida desestruturada emocionalmente de muitas delas e que com uma palavra de carinho, um elogio, gentilezas e de força para progredir em sua vida emocional tiveram um resultado surpreendente em suas atitudes diante a situações consideradas irreversíveis. Onde os professores diziam: "Ele não tem jeito", "Ele é um caso perdido"!"" "Ele não vai conseguir". Enquanto que outros profissionais fazendo um trabalho inverso em que acreditasse neles, que seriam capazes de mudar tudo aquilo que estivessem dispostos a mudar, de que todos tinham potencial, bastava colocá-los em prática e acreditar.

Para Urban (2004,33) ao citar um autor desconhecido e ainda referenciando a palavra, o mesmo afirma que:

Uma palavra descuidada pode provocar um briga

Uma palavra cruel pode arruinar uma vida

Uma palavra amarga pode instalar ódio

Uma palavra brutal pode atingir e matar

Uma palavra bondosa pode deixar o caminho

mais suave

Uma palavra alegre pode iluminar o dia

Uma palavra oportuna pode diminuir a tensão

Uma palavra amorosa pode ser cura e benção.

Platão, citado por Urban (2004,62.) diz que "Os homens sábios falam porque têm algo a dizer. Os tolos falam porque tem que dizer algo." Por isso devemos entender que o nosso silêncio em algum

momento é muito mais sábio e ajudará muito mais do que termos que falar só por ter que dizer algo.

Já dizia Abraham Lincoln, também citado por Torres e Zanquim (2007,99) "É melhor permanecer calado e deixar que suspeitem de que você é tolo do que abrir a boca e acabar com todas as dúvidas.".

Às vezes uma única palavra pode desestruturar a vida de alguém. A auto-estima depende muito de como vêem e percebem o que seja certo e errado, coisa que é muito relativa, pois vai depender de cada experiência vivida.

O tom de voz, por exemplo, é algo que influencia muito para quem estar ouvindo. Isso pode ter um significado muito forte na vida de alguém que o deixara com sua auto-estima baixa. Talvez em algum momento de sua vida, as palavras rudes foram constantes e ai nesse momento as lembranças voltam, e é exatamente ai que deve se ter cuidado para não deixar que isso passe a ser algo perturbador e leve de volta á uma auto-estima baixa. É como se os pensamentos fossem um imã que atrai tudo aquilo que se quer e o que não se quer também.

O potencial de cada pessoa existe para ser usado, mudando aqueles pontos negativos que até então os perseguem, pois quando eles surgiram tinham significados diferentes dos de hoje. Deve-se acreditar nele, pois é nesse acreditar que tornar-se possível o fortalecimento e a possibilidade de ser mais feliz.

Apesar de saber que a verdade é muito relativa. O que é verdade para você pode não ser a mesma para outra pessoa, cada um tem a sua verdade obtida através de suas experiências vividas, cada um tem sua personalidade formada de acordo com o que viveu e absorveu durante toda vida onde e com quem conviveu. Cada um com sua visão, com sua personalidade.

È possível à transformação do mau hábito mental no bom costume de refletir de forma construtiva a respeito de seus problemas. Isso será possível a partir do esforço para dirigir seu pensamento tão logo identifique o início do ciclo da preocupação.

Beltrán (2004,55) cita um pensamento de um jesuíta hindu Anthony de Mello, onde diz: "Nada mudou, exceto minha atitude. Portanto...

tudo mudou." E é assim que funciona a auto-estima. Melhorá-la só depende de suas atitudes de mudanças e confiança naquilo que você é. A vida só melhora se cada um tiver consciência que são os únicos responsáveis por essas mudanças e que não é justificando sempre os traumas que irá resolvê-la. Precisa também ficar ciente de que uma auto-estima baixa não mudará de uma hora para outra. Ela não funciona como aquela história da fábula infantil "Aladim e a lâmpada maravilhosa", onde Aladim esfregava a lâmpada e um gênio aparecia dizendo que o desejo dele era uma ordem. Não é assim que as coisas funcionam. A vida não é um faz de conta, é real. E para que as coisas mudem, precisa-se,acima de tudo, querer que isso aconteça e trabalhar para isso.

O potencial do ser humano é inacabável. Usa-se apenas 5% do cérebro onde 95% esta parado esperando para ser estimulado.

A maioria das pessoas que possuem auto-estima baixa coloca sempre o lado negativo em primeiro lugar. Por exemplo: Começa um projeto e já começa dizendo que não vai conseguir ou que não pode dar certo. Como realmente desenvolver algo se nem o próprio criador não acredita nele?Quando se acredita todo o universo conspira ao favor, essa é a lei da atração. Se o pensamento for positivo e o acreditar sincero atraíra possibilidades maiores de tudo dar certo já se pensar que nada dará certo todo o pensamento ira levar para a negatividade a atrairá pontos negativos no decorrer do processo de atuação sobre o que estiver realizando.

Tudo o que se é e se faz é o resultado do que se pensa e de como se age. O certo e o errado são relativos. Tudo depende do seu ponto de vista, de como você ver as coisas. Tudo ira depender de quais informações foram adquiridas durante toda sua vida sobre qualquer assunto.

Um exemplo prático disso é uma experiência feita em uma sala de aula: Foram convidadas três crianças para saírem da sala de aula. A professora coloca no quadro um desenho de um golfinho em alto mar com rochas ao redor, algas marinhas e algumas coisas belas

do mar. Depois solicita que uma das crianças volte para sala enquanto as outras duas esperam do lado de fora e é pedido para que ela olhe reflita e depois descreva o que vê. E descreve dizendo: "Vejo um golfinho passeando pelo mar, feliz, vendo as coisas belas que o mar tem e depois do passeio voltara para casa feliz". Depois pede a segunda criança que entre e faça à mesma coisa e ela descreve da seguinte maneira: "o golfinho foi deixado pela sua mãe sozinho em alto mar. Estar perdido e com muito medo. Não sabe o que fazer e nem como voltar para casa." O mesmo foi pedido à terceira criança e ela falou o seguinte:" Nada demais. Vejo um peixe na água.".

Resultado: Todas as versões dos alunos são exatamente aquelas fruto do que acreditam e o que acreditam é justamente o que absorveram da sua vida até aquele momento, experiências vividas no seu dia a dia. Assim funciona a mente humana, como um "computador mental". Tudo é arquivado e quando se precisa de algo vem à tona. Mas isso não significa que ela não pode ser modificada. Podemos trabalhar em cima do conteúdo já existente que não agrada e melhorar aquilo que pode ser melhorado. Não é tão simples, mas não é impossível Basta acreditar que poderá ser mudado e trabalhar para que isso aconteça.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando-se todos os argumentos escritos aqui se chega à conclusão o quanto é necessário entender todos esses pontos para que se fortaleça a auto-estima. Através da lei da ação e reação, da atração, dos pensamentos positivos, do amor próprio é que se pode ser seres humanos mais saudáveis emocionalmente e conseqüentemente mais felizes. È simples e verdadeiras todas as citações aqui contidas. Basta se ter terminação e objetivos a seguir.

Finalizando este artigo com a certeza de que todas as palavras ditas aqui deverão servir para que se possa pensar na existência de seres humanos mais felizes.

REFERÊNCIAS

BELTRÁN, Maria Mercedes P. Preocupe-se menos... e viva mais!:Mude o hábito de preocupar-se por uma maneira positiva de conduzir os problemas São Paulo: Paulinas, 2004.

TORRES. C e S. ZANQUIM. A lei da atração São Paulo: Modras, 2007.

URBAN, Hal. Palavras positivas, mudanças significativas Rio de Janeiro: Sextante, 2007

"Vossos filhos não são vossos filhos. São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.

"Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.
( Gibran Khalil Gibran )

Personalidade forte - Drika Gomes

Personalidade forteTer personalidade forte não é ter comportamento agressivo e sair atirando pedras em quem te atinge. Isso justifica exatamente o contrário, quem age dessa maneira apenas prova o quanto é sensível e fraco, o quanto não é capaz de controlar seus atos e o quanto é uma pessoa extremamente suscetível às outras e ao seu ambiente.

Ter personalidade forte é em primeira instância, ser tão auto-confiante que nada te atinja facilmente. É ouvir alguma ofensa e não sentir-se mal, simplesmente porque não te afeta e não atingindo não sente-se ferida, portanto não terá a necessidade de mostrar suas garras à toa. Personalidade forte tem quem sabe seu lugar e nele se põe, sem precisar gritar aos quatro cantos do mundo, afirmando que vive num pedestal, totalmente acima de todos aqueles que a fazem sentir-se ameaçada. Quem tem personalidade forte não vive no alto, vive ao lado porque não precisa mostrar-se maior do que os demais, sua grandeza mora dentro de si e não no mundo externo.

É fácil ouvir as pessoas dizerem que têm personalidade forte, mas é difícil realmente crer que são.

Personalidade forte mora em quem sabe dar a volta por cima, superar seus problemas sem precisar pisar ou ferir outra pessoa, em quem sabe que a vida sempre continua apesar das dores e decepções. Não se alimenta de mágoas e desejos de vingança, nem tão pouco vive a destilar seu veneno maldizendo aqueles, que por uma obra do destino, passaram por sua vida e te fizeram mudar de caminho.

Personalidade forte tem quem domina seu orgulho e aprende que o perdão é a única atitude reamente libertadora, principalmente quando se consegue perdoar a si mesmo.
O que muitos acham ser fraqueza, só quem tem personalidade é que entende - O silêncio pode ser a melhor resposta.

(Drika Gomes)

Fonte: vitalves.com -


Tricotilomania

Arrancando os cabelos

Pessoas com tricotilomania não resistem à compulsão de arrancar os pelos do corpo – tiram não apenas os fios do couro cabeludo, mas também do púbis, das sobrancelhas e dos cílios; em muitos casos, a patologia, que pode começar na infância, aparece com sintomas de depressão e ansiedade

Michael Rufer

Todo mundo certamente já puxou os cabelos enquanto sonhava acordado ou os enrolou nos dedos enquanto refletia sobre alguma coisa. Principalmente as mulheres arrancam um ou outro por motivos estéticos. No entanto, parece impensável que uma pessoa arranque seus cabelos diariamente, às vezes durante horas, até a cabeça estar repleta de pontos calvos.

Porém, já em 1889 o médico francês François Henri Hallpeau (1842-1919) descreveu um paciente que puxava os cabelos aos tufos. Ele batizou o fenômeno de “tricotilomania” (do grego trico = cabelo, fio; tillo = arrancar). O reconhecimento de que se trata de um quadro patológico específico, no entanto, surgiu apenas no fim do século 20.

A característica básica do distúrbio é o impulso, no mínimo durante alguns períodos, de puxar cabelos ou pelos. Parte das pessoas afetadas por essa compulsão seleciona os fios objetivamente. Por exemplo, os cabelos brancos, os que ficam em pé ou que parecem desarrumados. Outros os puxam de forma inconsciente e automática, e só percebem o gesto mais tarde. Vários nem sentem dor ao arrancá-los. Típico da tricotilomania é também o ato de “brincar” com os cabelos arrancados. Os pacientes os passam sobre os lábios, colocam na boca ou os enlaçam entre os dedos. Frequentemente, várias dessas características se manifestam na mesma pessoa: ela arranca os cabelos automaticamente diante da televisão ou ao ler, enquanto de manhã e de noite puxa especificamente alguns deles diante do espelho do banheiro.

NA FICÇÃO: Sansão e Dalila, de 1949, conta a história do personagem bíblico cuja força se concentra nas melenas

Durante muito tempo, os médicos subestimaram a disseminação do problema – entre outros motivos, porque vários pacientes não o revelam por vergonha. Acreditava-se que pouco mais de meio milésimo da população era afetado. Hoje sabemos que a tricotilomania não é uma doença tão rara. Um estudo realizado em 2009 pelos médicos americanos Danny Duke e seus colegas da Universidade Oregon Health & Science, em Portland, demonstrou que o arrancar de cabelos patológico ocorre em cerca de 1,2% dos americanos. Aproximadamente a metade dessas pessoas preenchia todos os critérios clínicos para o diagnóstico de tricotilomania: imediatamente antes de arrancar os cabelos, estão sob pressão interna e, depois, experimentam grande alívio. Ao mesmo tempo, elas se sentem claramente prejudicadas pelo distúrbio.

Segundo esse e vários outros estudos epidemiológicos, mulheres e homens são afetados com a mesma frequência. Quase sempre o arrancar de cabelos leva à rarefação e ao surgimento de pontos de calvície, que as pessoas tentam encobrir com penteados, perucas ou cosméticos. Mas os pelos existentes em outras partes do corpo também podem ser vítimas do transtorno.

Como em geral elas se envergonham de seu comportamento e temem ser descobertas, muitas não frequentam piscinas ou praias, evitam ir ao cabeleireiro, não praticam esportes em companhia de outras pessoas e temem todo contato social mais próximo. E podem surgir outras psicopatologias associadas à tricotilomania. As mais comuns são depressão, transtornos de ansiedade e abuso do álcool, mas não raramente ocorrem também distúrbios de personalidade. Alguns pacientes engolem os próprios cabelos arrancados, o que pode causar a formação de um novelo de cabelos (tricobezoar) no estômago ou no intestino. Como consequência, podem surgir cólicas ou, mais raramente, obstrução intestinal.

A animação Enrolados, de 2010, apresenta nova versão do clássico Rapunzel

SAUDADE DA MÃE

Sob a coordenação da psicóloga clínica Lisa Cohen, do Centro Médico Beth Israel, em Nova York, uma equipe de profissionais examinou 123 adultos que sofriam de tricotilomania. Os pesquisadores concluíram que em pelo menos 6% dos casos os sintomas surgiram ainda na infância, antes dos 6 anos. Na maioria das situa­ções, porém, o arrancar de cabelos patológico se inicia na adolescência, entre os 11 e 15 anos. Mas, ocasionalmente, o distúrbio se manifesta só na idade adulta.

Não existe uma única causa para a tricotilomania. Tanto aspectos psicológicos e sociais quanto neurobiológicos e genéticos são considerados desencadeantes. Quase sempre há uma combinação desses vários fatores. Além disso, o transtorno não se apresenta de forma homogênea, mas pode ser subdividido em três grupos.

O transtorno se inicia, pelo menos em parte dos pacientes, devido a tensões dentro da família, problemas na escola ou dificuldades de relacionamento com outras crianças. Paralelamente, sentimentos depressivos, estresse e problemas para lidar com a raiva também estão em sua base. O arrancar de cabelos é sentido então como uma distração, um consolo capaz de minimizar a tensão, e é justamente esse caráter prazeroso que reforça o comportamento. Nesse sentido, a tricotilomania serve para regular estados emocionais desagradáveis, dos quais os pacientes nem sempre se dão conta claramente. Muitas vezes, brincar com os fios entre os dedos e tocá-los com os lábios remete a uma sensação de aconchego experimentado quando a pessoa ainda era bebê e tocava os cabelos da mãe ao ser amamentada ou apenas aninhada no colo.

Falta de mensageiros

A tensão interna causada por medos, inibições sociais, dificuldades de expressão de emoções e estados depressivos faz com que os sintomas sejam mantidos. E frequentemente acrescenta-se a ele a força do hábito: arrancar cabelos torna-se um ritual diário, por exemplo, ao dirigir, ler ou telefonar, que ocorre de forma inconsciente e automática, sem um desencadeador concreto. Além desses fatores psicossociais, causas biológicas, como o genótipo, por exemplo, parecem desempenhar papel importante: estudos mostram que o transtorno surge com frequência de 5% a 8% acima da média se outro membro da família já sofre do mesmo problema. O quadro, no entanto, não pode ser atribuído apenas à herança genética; também pode ser explicado como comportamento aprendido.

Atualmente, há alguns modelos animais que talvez possam ajudar a esclarecer as causas biológicas da tricotilomania. Camundongos nos quais o gene hoxb8, envolvido no desenvolvimento do sistema nervoso, sofreu mutação apresentam um comportamento de cuidados corporais muito alterados. Entre outras coisas, eles arrancam os próprios pelos. E o geneticista molecular Stephan Züchner, da Universidade de Miami, na Flórida, descobriu em 2009 que o desligamento da proteína da sinapse SAPAP3 em roedores causa sintomas que lembram tanto transtornos obsessivo-compulsivos quanto tricotilomania. Porém, ainda não se sabe em que medida esses modelos podem ser transferidos para seres humanos. Pesquisadores constataram, por meio de procedimentos de imageamento cerebral, diversas alterações estruturais em pessoas afetadas pela compulsão. Um grupo de pesquisadores coordenado por Samuel Chamberlain, da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha, descobriu em 2008 que os corpos celulares neurais (a chamada “substância cinzenta”) apresentam uma densidade muito grande em várias regiões cerebrais nessas pessoas. Isso se aplica, além de várias outras partes do córtex cerebral, também ao estriado (que participa do surgimento de hábitos), à amígdala e ao hipocampo do hemisfério cerebral esquerdo (responsáveis por aprendizados associados à emoção). Esses dois aspectos contribuem bastante para o surgimento e a continuidade da tricotilomania. Uma densidade aumentada das células cerebrais ocorre também em outros distúrbios marcados pelo descontrole, como a síndrome de Tourette e o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).

Nos últimos anos, neurobiólogos associaram a tricotilomania à escassez de diversos neurotransmissores, principalmente da substância mensageira serotonina, frequentemente vinculada a outros distúrbios comportamentais, como controle reduzido dos impulsos e movimentos repetitivos. Em vários estudos pacientes usaram os chamados inibidores seletivos da recaptação da serotonina (SSRI). Esse tipo de antidepressivo aumenta a concentração do transmissor nos pontos de contato sinápticos entre os neurônios, combatendo assim uma possível falta de serotonina. Os SSRIs já se mostraram eficazes para o tratamento de transtornos obsessivo-compulsivos há muito tempo. Para a tricotilomania, por outro lado, os resultados de estudos obtidos até agora são contraditórios. Alguns estudos concluíram que houve uma melhora dos sintomas, outros, não. Além disso, o efeito do medicamento frequentemente retrocedia em um tratamento de maior duração, e após a sua suspensão muitas vezes ocorriam recidivas. A administração de antidepressivos, portanto, parece recomendável quando os pacientes sofrem concomitantemente de graves depressões.

Três formas do transtorno

1- Os sintomas começam na infância, muitas vezes antes do oitavo ano de vida, e decorrem de forma pouco intensa, frequentemente desaparecendo sem tratamento.

2- O hábito de arrancar cabelos aparece quase sempre de maneira automática e é perceptível de forma consciente só após o início do tratamento.

3- Os cabelos são arrancados de forma focada e consciente; os pensamentos que acompanham o gesto estão voltados para esse ato

Observação, relaxamento e ação

Técnica: Treinamento da atenção.

Descrição: Auto-observação (situação, pensamentos e sentimentos)/ Registro do decorrer exato da ação.

Técnica: Exercícios comportamentais.

Descrição: É determinado um comportamento que torne impossível a realização do impulso de arrancar cabelos (por exemplo, apertar um objeto com a mão)/ Utilização desse novo comportamento quando o impulso surgir durante pelo menos dois minutos ou até que o impulso diminua.

Técnica: Relaxamento. Descrição: Alívio progressivo da tensão muscular.

Técnica: Reforço.

Descrição: Percepção consciente das consequências positivas/ Acerto de recompensas individuais.

Técnica: Generalização.

Descrição: Uso das técnicas em situações do dia a dia.

Enquanto ainda não há nenhuma prova científica da efetividade de tratamentos alternativos, como dietas ou acupuntura, uma forma específica da psicoterapia tem se revelado eficaz. A terapia comportamental cognitiva é um exemplo disso. Ela deve ser adequada individualmente ao paciente: é importante que o terapeuta considere exatamente quais fatores desempenham um papel no quadro clínico. Se houver, por exemplo, uma associação entre inibições sociais e a tricotilomania, a prioridade é reforçar a autoconfiança e as competências do paciente. Caso o transtorno seja sintoma de experiências traumáticas, estas devem ser primariamente abordadas.

Em alguns casos, é suficiente a redução do ato de arrancar cabelos por meio de técnicas específicas. Para tanto, o chamado treinamento para reversão de hábitos (HRT, sigla em inglês de habit reversal training) é bastante adequado. Originalmente, Nathan H. Azrin e Robert G. Nunn, do Hospital Estadual de Anna, Illinois, desenvolveram esse método para o tratamento de tiques motores, mas obtiveram sucesso também no caso do roer compulsivo de unhas, chupar dedos e tricotilomania.

EM BUSCA DE AJUDA

O HRT combina diversos métodos para melhorar a autopercepção dos pacientes, eliminando comportamentos enraizados e estabelecendo novos hábitos. Um treinamento para relaxamento complementar busca eliminar a inquietude para que surjam cada vez menos impulsos de arrancar os cabelos. O “método de isolamento”, desenvolvido por Steffen Moritz, do Hospital Universitário de Hamburgo-Eppendorf, junto com Antonia Peters, fundadora do primeiro grupo de autoajuda para tricotilomania de Hamburgo e presidente da Sociedade Alemã de Doenças Obsessivo-Compulsivas, e eu, funciona de torma semelhante. Os pacientes aprendem a substituir o arrancar de cabelos por outro comportamento inofensivo. O truque: o novo movimento da mão a ser aprendido é inicialmente semelhante ao de retirar os fios. Isso facilita a substituição de uma ação por outra (veja imagens abaixo).

Testamos há pouco tempo o método de isolamento com 42 voluntários, uma intervenção de autoajuda em um estudo realizado pela internet. Os participantes utilizavam o método ou um treinamento para relaxamento. Nossa técnica mostrou-se, mesmo sem instrução dada por um terapeuta, facilmente realizável e levou pelo menos metade dos participantes ao retrocesso do arrancar de cabelos. Já no treinamento para o relaxamento houve êxito em apenas 22% dos casos.

As psicoterapias com base psicanalítica, por sua vez, não se voltam imediatamente para a psicopatologia, e sim para os sentidos e associações que os sintomas escondem, tratando não o diagnóstico específico, mas todo o sofrimento associado à patologia, o que costuma oferecer a possiblilidade de uma transformação mais profunda e duradoura. Para alguns pacientes, a troca de experiências, o apoio mútuo e a motivação para mudanças graduais favorecidas pelos grupos terapêuticos costumam ser muito úteis. Seja qual for o caminho, o que importa para aqueles que sofrem com a compulsão é ela ser controlada. Embora esse objetivo, em geral, seja alcançado com terapia, raramente se chega a uma eliminação completa dos sintomas: é preciso manter-se empenhado para que os fios continuem presos ao próprio corpo.

Treinamento para controlar o impulso

Assim que a paciente leva a mão na direção dos cabelos (figuras A e B), ela deve desviar o movimento subitamente para a orelha, queixo,

nariz ou para algum ponto da sala (C ou D). A proposta é que o antigo comportamento seja modificado com esse procedimento.

Casamento na adolescência pode aumentar o risco de transtornos mentais nas mulheres


Um novo estudo descobriu que que as mulheres que se casam na adolescência têm maiores taxas de doença mental no curso de suas vidas do que as mulheres que se casam na vida adulta.

Pesquisadores reviram estatísticas do U.S. National Epidemiologic Survey on Alcohol and Related Conditions (Pesquisa Epidemiológica Nacional sobre o Álcool e Condições Co-Relatas nos EUA) e encontraram tendências comuns significativas de saúde mental entre as mulheres norte-americanas que se casaram antes da idade de 18 anos.

O estudo realizado pelo Centre for Addiction and Mental Health - CAMH (Centro de Dependência e Saúde Mental) foi publicado na edição atual de Pediatrics.

"Nós descobrimos que o nível de transtornos mentais no curso de vida entre as mulheres casadas enquanto crianças é muito maior do que para as mulheres casadas enquanto adultas", afirmou o psiquiatra Dr. Yann Le Iniciar, investigador principal no estudo. "Ser casado na infância está associado com um aumento de 41 por cento na prevalência de transtorno psiquiátrico."

Quase nove por cento das mulheres em os EUA se casaram antes da idade de 18 anos.

Segundo o estudo, os problemas de saúde mental mais comuns entre as mulheres que se casaram precocemente estão no humor e os transtornos de ansiedade como transtorno do pânico, transtorno bipolar e depressão.

Mulheres que se casaram em tenra idade também foram mais propensas a ter um menor nível de escolaridade e renda, e são provenientes de áreas rurais dos Estados Unidos. Essas mulheres também apresentaram maior risco de dependência de nicotina.

Os investigadores acreditam que os resultados podem ser generalizados para outros países onde o casamento infantil é mais comum e aponta para um possível problema de saúde pública global.

"Em muitos países em desenvolvimento é comum que as mulheres se casem quando crianças. Na Índia, por exemplo, cerca de metade das mulheres são casadas antes dos 18 anos", disse Le Start.

De acordo com Dr. Bernard Le Foll, co-autor e cientista clínico com CAMH, "Sabemos que o casamento infantil está associado a riscos elevados de transmissão do HIV, gravidez não desejada e a morte durante o parto. Mas, enquanto estudos anteriores analisaram as conseqüências na saúde física do casamento infantil, o impacto sobre a saúde mental nunca tinha sido estudado antes.

"Nossa pesquisa pode ajudar os governos a prestar melhores serviços de saúde mental, e poderia ajudar a embasar debates em torno da legislação do casamento."

Pesquisadores descobriram que as condições de saúde mental imitam às da sociedade em geral como transtornos de humor e ansiedade são comuns.

No entanto, a prevalência desses transtornos entre as mulheres jovens foi de 1,5 vezes maior do que entre os homens. Foram encontrados ainda que intervenções no sentido de tratar podem incluir prescrição de medicamentos e terapia cognitivo-comportamental para gerenciar com sucesso tais condições.


http://news.psicologado.com

Fonte:

Sua mente no comando


O poder natural da mente é usado com frequência, mesmo que não se tenha consciência disso. Muitas vezes, é usado de maneira negativa, involuntariamente estabelecendo limitações e dificuldades.
Quantas vezes você já viu alguém (ou até você mesmo) mentalizar que vai “dançar” em um exame, errar um lance de uma bola ou perder um negócio importante.

Os resultados, em geral, se concretizam, aí então dizem: “Eu sabia que isso não ia dar certo”, sem se dar conta de que o grande responsável pelo fracasso foi a própria autossu-gestão, expressa através de constantes mensagens negativas.

A utilização adequada dessa técnica é uma maneira simples e poderosa de que cada um dispõe para obter aquilo que quer da vida, seja na área pessoal, espiritual ou emocional. Mesmo que isso pareça a princípio remoto e difícil. Muitas vezes, as pessoas pensam que a visualização refere-se apenas à imagem visual, sem saber que, ao usar a imaginação ativa, pode-se usar qualquer dos cinco sentidos. Com a prática, é possível identificar que sentido é mais desenvolvido e então concentrar-se em aprimo-rá-lo. A mente está continuamente produzindo pensamentos.

O estado psicofisiológico do indivíduo depende diretamente da qualidade dessa conversa interna. Se vo-cê continuar mantendo mensagens negativas, possivelmente se sentirá nervoso, angustiado, ansioso, somado a esse negativismo através de dor de cabeça, en-xaqueca, insônia, taquicardia, gastrite, entre outros sintomas. Se, ao contrário, pensar de maneira positiva, em geral, será saudável e mais eficiente.

O mais importante é que você acredite em seu poder mental, o maior obstáculo na mentalização é você mesmo.
Se você pensa que não pode, certamente não poderá. Estabeleça um objetivo, saiba exatamente o que quer obter. É indispensável que o objetivo seja sempre positivo. Por exemplo: “Eu não quero fumar” usa uma forma negativa. Procure então pensar: “Eu quero purificar meus pulmões”.

Procure um lugar silencioso para relaxar, posicione-se confortavelmente, feche os olhos e estabeleça uma respiração profunda e calma.

Quanto maior o seu grau de relaxamento, mais poderosa a mentalização. O hemisfério esquerdo do cérebro exerce funções lógicas e de raciocínio, já o direito domina durante o relaxamento. Quanto mais relaxar, maior a probabilidade de concretizar as imagens mentais.

Crie imagens utilizando um dos cinco sentidos, acrescente cores, pessoas. Quanto mais detalhada for sua experiência, mais eficaz será sua prática.
Use a imagem mental até que se forme uma ideia mais concreta na mente. Continue a focalizar a ideia ou a imagem regularmente até que se torne realidade

Sentirmo-nos bem com a idade que temos – A percepção subjectiva do envelhecimento e o sentimento de satisfação



São poucas as coisas que escapam às garras vorazes da moda e dos seus rituais. Se um especialista em marketing quisesse lançar a moda “ser idoso é bom” deparar-se-ia com inúmeras dificuldades. Não é fácil construir uma moda, quando o envelhecimento tem um potencial de atracção tão pouco visível e a moda, como todos os fenómenos que vivem de um glamur ao primeiro relance, precisa de um primeiro impacto favorável, senão mesmo cativante. Está na moda ser-se jovem, ter-se um corpo fantástico, ser-se um profissional brilhante e, nos últimos tempos, ter-se filhos.
Não devemos estar com rodeios. Ser forçado ao envelhecimento é ser-se encurralado num beco sem saída, do qual não se pode fugir sem um exercício intenso e profundo de criatividade. Apregoar a beleza do envelhecimento, é, num certo sentido, tapar o sol com a peneira. É possível que especialistas em Marketing possam, não sem esforço, como dizia anteriormente, lançar a moda “ser idoso é bom”, mas a experiência subjectiva de um tempo que se escoa, de uma vida que já foi em parte vivida e que não pode ser re-vivida é penosa e exige um esforço enorme por parte do psiquismo para que se alcance um qualquer ajuste. Lentamente, o trabalho da psicologia do desenvolvimento tem vindo a recolher os seus frutos e é, hoje, já possível, descortinar uma linha ou até mesmo uma corrente que remando contra a maré, mostra que o envelhecimento é uma fase da vida como qualquer outra, nem pior, nem melhor, apenas diferente. Contudo, contrariamente à adolescência ou até mesmo à idade média, a idade avançada traz consigo um pessimismo difícil de contrariar porque coloca na linha da frente a relação do sujeito com a angustia de morte. As questões relativas à angustia de morte estão presentes em todos nós, desde sempre, mas a proximidade probabilistica da morte real, coloca o sexagenário e o septuagenário no centro de um furacão onde voam os mais intensos receios de auto destruição e destruição do outro. Querer lidar com a idade avançada sem lidar com a expectativa de morte, nas suas mais variadas formas é, na nossa opinião, estar na posição do gato escondido com o rabo de fora. Estamos habituados, num certo sentido, a conviver com a imagem adocicada das avózinhas profundamente altruístas e hiper-disponiveis para os netos e com a ideia estereotipada do ancião sábio que partilha com os mais novos os vastos e profundos conhecimentos sobre a vida; mas a realidade mostra-nos que são poucas as pessoas que conseguem alcançar essa docilidade e disponibilidade. A maior parte das pessoas envelhece com uma dose elevada de amargura e, mesmo quando a conseguem negar ou disfarçar, ela mostra a cara numa comunicação queixumenta, hipocondríaca e manipuladora.
Evitar a amargura, a zanga e o ressentimento na idade avançada implica a existência de uma capacidade de estar em contacto consigo próprio muito desenvolvida e uma elaboração bem conseguida das mais aterrorizantes angustias, assim como a manutenção da eficácia dessa mesma capacidade de elaboração e matabolização das emoções. Esta tarefa é tão difícil que alguns autores defendem inclusivamente que perante as dificuldades emocionais colocadas pelo envelhecimento, a mente menos bem preparada, pode sucumbir sobre a forma demencial. Diz a autora (GoldFarb): “O fracasso do processo de elaboração da finitude, o desinvestimento dos vínculos, e a fragilidade ante as vicissitudes do processo de envelhecimento, podem provocar estados depressivos , dos quais é possivel de fugir por meio de um esquecimento radical e violento, ou seja, pelo processo demencial” Não partilhamos, pelo menos de imediato, de uma posição tão radical, mas não temos a menor dúvida de que ser capaz de lidar com a expectativa da morte é a alavanca de arquimedes, para o sentimento subjectivo de satisfação com a idade que se tem.
Sentir-se bem com a idade que se tem é uma tarefa simultaneamente atemporal e muito bem circunscrita no tempo. Atemporal porque é fundamental em qualquer fase da vida e bem circunscrita no tempo porque é determinante a relação da pessoa com esse momento particular e especifico que vive. A noção e a consciência da finitude desorganiza uma serie de construções que a pessoa foi fazendo ao longo da idade média, construções essas que assentavam muitas vezes na ideia inconsciente de imortalidade. Confrontado com o aumento progressivo das suas dificuldades e empurrado contra as malhas estreitas da finitude, o sexagenário e o septuagenário, olha para o mundo e para si próprio com apreensão e por vezes desespero. Sair deste buraco estreito torna-se mais fácil quando existem pontos de apoio e rampas de lançamento. O apoio psicológico especializado, a par do apoio social e familiar são as estruturas que, se devidamente disponibilizas, funcionam como eixos de agregação de um self fragilizado e em esforço.
Sentir-se bem com a idade que se tem é essencial para um envelhecer saudável. Quando a pessoa atingiu uma idade avançada e sempre arrastou consigo um mal-estar relativo à vivência subjectiva da sua idade - quando era criança não gostava ou não sabia ser criança, quando era adolescente não gostava de o ser e ansiava ser novamente criança ou rapidamente adulto, quando adulto queria regressar à infância ou à liberdade fantasiada da adolescência – há um agravamento muito substancial desse mal-estar. Ser-se capaz de conviver bem com a idade que se tem é uma tarefa que se inicia na mais tenra infância, mas que ganha contornos particularmente importantes quando se chega a idades avançadas. Viver-se bem quando se toma consciência aguda da finitude e da degradação progressiva do corpo é muito difícil; as reacções mais habituais são: a dependência, o desespero ou a negação. Mas o caminho do desespero e da negação é o caminho de muitos problemas e complicações e o caminho da dependência leva a uma quase morte antecipada. Como envelhecer sem desesperar, sem negar as nossas limitações e dificuldades e simultaneamente sem nos tornarmos excessivamente dependentes? Ao longo desta apresentação iremos tentar expor uma resposta possível para esta pergunta. Não é a única resposta possível, é apenas uma e serve para pensarmos um caminho e não para definirmos um caminho.
Consideramos, seguindo a linha de pensamento psicanalitica iniciada por Wilfred Bion que o sujeito humano durante toda a sua vida é permanentemente colocado perante a decisão primordial de tolerar ou evitar a dor psíquica. Esta decisão pode ter repercussões complicadas ao nível do desenvolvimento e correcto funcionamento do aparelho para pensar pensamentos. De acordo com o autor anteriormente referido, quando a pessoa não é capaz de tolerar a frustração o tempo suficiente para entrar em contacto com o não-objecto vê-se perante a contingência de evacuar, via identificação projectiva, a emoção não tolerada. Esta evacuação precipitada é sentida como prazer uma vez que livra a mente do contacto com a emoção dificilmente suportada ou seja a frustração. Apesar do alivio imediato que proporciona a evacuação da emoção penosa não resolve o problema do contacto com a frustração a não ser no seu nível mais imediato, porque não se organiza nenhum tipo de alteração, nem interna, nem externa, que permita modificar as causas que estão subjacentes ao fenómeno que gera essa mesma frustração. Pelo contrario, ser-se capaz de tolerar a frustração um tempo mínimo, empurra a mente no sentido da procura de uma solução eficaz para lidar com aquela emoção ou problema. Bion considera que é sobre a pressão dos pensamentos que preexistem e do contacto com a frustração que se origina o aparelho para pensar os pensamentos e que a existência deste aparelho faz com que a pessoa tenha à sua disposição uma ferramenta incrivelmente útil para elaborar as emoções e dessa forma aprender com a experiência. De acordo com os princípios propostos por esta teoria do funcionamento da mente, torna-se claro, que o aprender com a experiência é a “grande vitória” do homem sobre a vida. Quero com isto dizer que em qualquer fase da vida, aquilo que é primordial é a capacidade que o sujeito tem para aprender com e na experiência. Não se trata, como noutras correntes, em destacar a satisfação ou a frustração nesta ou naquela área da vida como o grande indicador da qualidade de vida, mas em pensar-se a mente humana como tendo uma estrutura profundamente dinâmica cuja a matriz de base está permanentemente em alteração, mas que mesmo assim mantém a sua competência enquanto instrumento que viabiliza a aprendizagem com a experiência. Se nos centrarmos nesta linha de pensamento conseguimos olhar para as questões relacionadas com o envelhecimento e pensá-las de acordo com toda a sua especificidade e simultaneamente retirá-las de um campo marginal. Queremos com isto dizer, que pensar as questões do envelhecimento é situá-las num eixo temporal e simultaneamente assumi-las como intemporais. O cruzamento destes dois eixos pode parecer numa primeira leitura impossível e assentar num julgamento paradoxal e por isso irracional, mas uma análise mais atenta e cuidada permite-nos perceber que é precisamente no ponto em que se cruzam estes dois eixos que o envelhecimento consegue ser apreendido com um maior grau de profundidade e realidade.
Aprender com a experiência é uma actividade profundamente dinâmica e criativa tão importante para o bebé recém-nascido como para a pessoa de idade avançada. Deixar de se abrir à experiência e tornar-se emocionalmente indiferente e insensível à experiência interna e externa é abrir a porta para o abismo escuro da alienação. Pensamos que o psiquismo não avança nem se modifica por saltos abruptos, mas sim, de forma progressiva e contínua, neste sentido, pensamos que a capacidade para aprender com a experiência que uma pessoa de idade avançada apresenta num dado momento está intimamente correlacionada com a utilização que fez dessa mesma capacidade ao longo de toda a sua vida. Uma pessoa que tenha, ao longo da sua vida, aprendido a desenvolver esta capacidade e a tenha utilizado de forma ágil e permanente estará em melhores condições para o continuar a fazer numa idade mais avançada. Contudo, se durante a sua vida foi revelando dificuldades em desenvolver a capacidade para aprender com a experiência, quando é confrontado com as exigências inerentes ao envelhecimento, as dificuldades podem tornar-se ainda mais agudas e quase intransponíveis. Uma das imposições do envelhecimento é uma redução mais ao menos acentuada da intensidade das percepções, há uma diminuição da acuidade visual e auditiva, um aumento do limiar de tolerância à dor, uma perda de sensibilidade táctil e um aumento das dificuldades de locomoção. Este conjunto de perdas origina uma redução, que em certas situações pode ser muito significativa, de inputssensoriais externos. Os inputs sensoriais externos são a nossa fonte primária de estimulação e dependemos dela em grande parte para alimentar a nossa mente, a nossa vida interior. Quando se dá uma redução da intensidade, frequência ou variedade destes inputs, a pessoa fica numa situação particularmente delicada, na medida em que fica mais sujeita, por um lado, a “desligar-se” do meio-externo que deixa de lhe parecer tão interessante e estimulante e, de outro lado, fica particularmente sujeita à estimulação interna, seja ela sob a forma de percepções do interior do seu corpo, seja sobre a forma de pensamentos, memórias e emoções.
Neste contexto é evidente que a existência de uma vida interior rica, cheia de memórias, fantasias, curiosidades e interesses, irá alimentar a mente e a redução dos inputs sensoriais não será vivido como uma verdadeira perca, mas como a possibilidade de se recolher mais sobre si próprio e contemplar a sua vida, é uma altura em que o desejo de escrever as suas memórias poderá ser mais intenso, ou poderá dedicar-se a tarefas mais solitárias, igualmente gratificantes, como seja, ler, ouvir musica, ir a espectáculos, passear, etc. Dado que são actividades que poderá realizar ao seu próprio ritmo. Mas pelo contrário, se a vida interior for pobre ou cheia de conflitos e angustias, essa será uma altura em que a redução dos inputs sensoriais será vivido como uma perda irreparável e a pessoa tenderá a aferroar às impressões sensoriais que ainda continuam fortes e que ganharam um interesse acrescido porque banhadas pela angústia depressiva ou até de eventualmente de morte. Nestas situações vemos desenvolverem-se os quadros “hipocondríacos” em que o interior do corpo e as suas alterações são vividas com aflição, na expectativa, aterrorizante e quase desejante, de que algo de trágico poderá surgir e arrastá-los para a morte certa. Ou observamos o agravamento dos quadros obsessivo-compulsivos que compelem a pessoa a retrair-se cada vez mais, em movimentos circulares e redundantes, com preocupações excessivas com a limpeza ou o seu oposto, desinteresse constrangedor pelo acumulo de lixo, ou ainda, preocupações alimentares e ruminações intelectuais sobre as grandes questões do universo. A luta contra a solidão é em primeiro lugar uma luta interna, entre o desejo de estar acompanhado e o sentimento de insatisfação quando acompanhado. O afecto depressivo faz com que a pessoa se desinteresse ainda mais dos outros, a não ser, que entre ela e o outro se dê uma empatia extrema. Empatia essa que, na maioria dos casos, é a afirmação de um solipsismo e a necessidade de ter um ouvinte ou uma plateia que possam conter e elaborar a torrente de emoções e convicções que lhe fazem companhia nas “intermináveis” horas em que fica acordado.
Pensamos que uma grande parte destas situações clinicamente identificáveis poderão ser amenizadas através de um trabalho psicoterapeutico adequado conjuntamente com intensa estimulação social e suporte familiar de qualidade. Consideramos que o desenvolvimento da Psicogerontologia Clinica numa vertente psicodinâmica é indispensável como forma complementar ao extraordinário trabalho desenvolvido pela Psicogerontologia Desenvolvimental. A Psicogerontologia na perspectiva da Psicologia do Desenvolvimento tem trilhado um caminho muito importante nas áreas em que a saúde mental prevalece e fundamentalmente ao nível da prevenção e sustentação de um envelhecimento com qualidade. Pensamos que o estudo da Psicopatologia na idade avançada está ainda no seu inicio, tendo havido um interesse particular pela Depressão e pelas patologias cerebrais, nomeadamente deficits de memória, Alzeimer e outras perturbações demenciais. Contudo, consideramos que ainda está por fazer um profundo trabalho de investigação. Esperamos que este nosso texto seja um contribuição, mesmo que muito pequena, para o aprofundar do pensamento daquilo a chamámos a Psicogerontologia Clinica.




Bibliografia
  • Barros de Oliveira, José H. Psicologia do Envelhecimento e do Idoso. Livpsi
  • Bion, Wilfred R. (1967) Second Thoughts. Heinemann
  • Bion, Wilfred R. Attention and Interpretation. Tavistock
  • Bion, Wilfred R. Elements of Psycho-Analysis. Heinemann
  • Bion, Wilfred R. Learnig from Experience. Heinemann
  • Bion, Wilfred R. Transformation. Heinemann
  • Charazac, Pierre. Introdução aos Cuidados Gerontopsiquiátricos. Climepsi
  • Fernandes, Purificação. A Depressão no Idoso. Quarteto
  • Fonseca, António Manuel. Desenvolvimento Humano e Envelhecimento. Climepsi
  • Fontaine, Roger. Psicologia do Envelhecimento. Climepsi
  • Goldfarb, Delia. (2004) Do tempo da Memória ao Esquecimento da História: Um estudo Psicanalitico das Demências. Tese de Doutoramento. São Paulo
  • Messina, Monica. Dimensões do envelhecer na contemporaidade. Trabalho apresentado no 2º encontro temático em Gerontologia em Agosto de 2002. Rio de Janeiro
  • Ortiz, Luis Agüera; Carrasco, Manuel Martín; Ballesteros, Jorge Cervilla. (Org) (2002) Psiquiatría Geriátrica. Barcelona: Masson
  • Spar, James E., La Rue, Asenath. Guia de Psiquiatria Geriátrica. Climepsi
Texto de Ana Almeida
Psicóloga Clinica
Psicoterapeuta (Psicoterapia Psicanalítica)
Mestre em Psicologia Clinica e Psicopatologia
Membro da SPP e da APP
Directora Clínica da PsiCronos

Grandes Personas: Cora Coralina

"Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silencio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.
Cora Coralina"

Quem é Cora Coralina

Poetisa doceira, florista, sertaneja, verdureira, mãe, cozinheira, mulher! Sua alma meiga transparece clara no olhar e na escrita brejeira iniciada aos quatorze anos de idade, ainda que tenha estudado apenas até a terceira série primária. Escreveu vários livros ao longo da vida, no entando apenas em 1965, já com 76 anos teve publicado o primeiro (Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais). Reconhecida nacionalmente, foi exaltadas por poetas e escritores de sua época:
Carlos Drummond de Andrade, em junho de 1979 - "Não tenho o seu endereço, lanço estas palavras ao vento na esperançade que ele as deposite em sas mãos. Admiro e amo você como a alguém que vive em estado de graça com a poesia. Dá alegria na gente saber que existe bem no coração do Brasil um ser chamado Cora Coralina."
Jorge Amado, em outubro de 1975 - "Dos doces osso dizer que são sublimes e divinos e ainda digo pouco. Da gentileza de enviá-los nada posso dizer, faltando as palavras para agradecer tanta civilização. A senhora é uma artista admirável em sua arte, , a mais nobre das artes, a da culinária."
Carlos D de Andrade, em janeiro de 1981 - "Você me deu uma grande alegria oferecendo-me o "Meu livro de Cordel. Poesia tão pura, tão humana, tão comunicativa. Você tem o dom de cativar os leitores com seus versos cheio de alma, de sentimento da terra e de comunhão fraterna com os humildes".

Nasceu em Goiás, com o nome Ana Lins Peixoto, em 20 de agosto de 1889, na "Casa Velha da Ponte" (foto abaixo onde hoje é um museu).


MEU EPITÁFIO
Morta...serei árvore
Serei tronco, serei fronde
E minhas raízes
Enlaçadas às pedras de meu berço
são as cordas que brotam de uma lira.
Enfeitei de folhas verdes
A pedra de meu túmulo
num simbolismo
de vida vegetal.
Não morre aquele
que deixou na terra
a melodia de seu cântico
na música de seus versos.

(Meu Livro de Cordel, p.95)



Fontes: http://lianafabricio.blogspot.com

DIY: Como mudar o visual do seus sapatos



Um pouco de cola de tecido e fita de viés foi o suficiente. Vamos começar!

 sapatos
 fita de viés de dupla dobra - ¼ polegadas e ½ polegada (artesanato loja)
 tecido cola (maioria das lojas e lojas de artesanato)
 tesoura



Passos:
Para revestimento do sapato que você vai usar a fita de viés de ¼ de polegada. Comece na borda externa, logo abaixo da curva. Este é o lugar que você vai colocar seu arco no final, para certificar-se começar onde você quer o arco. Corri uma tira fina de cola ao longo da borda fora e depois alisou-o para fora com o meu dedo um pouco. Você não quer que a cola de espessura, ou ele vai vazar. Lembre-se, quando se trata de cola de tecido, menos é mais.

Em seguida certifique-se que a maior parte da fita de viés é do lado de fora (o lado que vai mostrar). Em seguida, basta pressioná-lo sobre a borda do sapato e passe os dedos sobre ele para garantir a cola. A cola não seca super rápido, assim você terá um pouco de uma chance de trabalhar com ele.

Contornar o sapato em cerca de 3 seções polegadas, certificando-se de suavizar a fita que você vá. Eu fiz a cola da borda interna como eu fui junto, mas você poderia esperar até o final se quiser. O que quer que é mais fácil .


Como eu mencionei, as curvas de fita de viés muito bem, por isso só trazê-lo ao redor do dedo do pé do sapato com cuidado, e cortar o final de jogo onde você começou.



Para o segundo sapato, começar de novo na curva de fora. Eu fui na direção oposta do que o primeiro sapato, de modo que a maior parte da fita de viés foi do lado de fora novamente. Repita o mesmo processo que o primeiro sapato.

Fácil né? Agora podemos trabalhar sobre os arcos.

Você usará a fita de viés ½ polegada para os arcos. Corte um pedaço de cinco polegadas com extremidades retas.





Abra a peça e executar uma tira fina de cola no interior, em seguida, dobre ao meio novamente e segura com os dedos.

Com a maior parte da fita de viés para baixo, dab um pouco de cola no centro da fita. Agora puxe as extremidades mais para se encontrar no centro, segure com os dedos para definir um pouco.

Agora corte uma tira de duas polegadas a partir da fita de viés de ¼ de polegada ...

E um pedaço de 2 ½ polegada da fita de viés de ½ polegada.

Aplique cola um pouco sobre o centro da peça ½ polegadas, e pitada entre os dedos, como mostrado. Segure até set.

Para fazer a curva, você vai colocar o ½ 2 em pedaço na parte de baixo do arco, em seguida, enrole com a fita de viés de ¼ de polegada. Brincar com ele até que gosto do jeito que ele olha em seguida, colocar um pouco de cola na parte de trás.





Esta é a parte traseira do meu arco, eu só sobreposta a faixa do meio e coladas. Espera até que, em seguida, cortar o conjunto o excesso. Cortar as pontas em um ângulo e executar um pouco de cola sobre as dicas.


Agora é só colar o arco em mais da costura.

Prontinho para usar!

Fonte:themotherhuddle.com
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