Mais que uma mania

Mariana Teodoro

Ter uma mania ou outra é natural e, às vezes, até engraçado. Mas quando um comportamento passa a ser obsessivo ou compulsivo já não há mais motivos para achar graça. Ideias persistentes, condutas repetitivas, preocupações constantes ou medos exagerados podem ser sinais de TOC (Transtorno Obsessivo- Compulsivo).

Considerado uma doença mental, o transtorno é diagnosticado quando as atitudes excessivas passam a causar intensa ansiedade. “Se o comportamento se repete diariamente e gera sofrimento, incapacidade e prejuízos na rotina é indício de TOC”, afirma a psicóloga Rosana Mastrorosa, membro da ASTOC (Associação Brasileira de Síndrome de Tourette, Tiques e Transtorno Obsessivo Compulsivo).

E são muitas as manifestações do transtorno. Necessidade de lavar as mãos a todo instante, de limpar a casa excessivamente, arrumar objetos em determinada ordem sem deixar ninguém tocar, deixar de ir a lugares públicos por medo de contaminação, contar objetos como azulejos na parede ou carros nas ruas e medo de jogar pertences fora, mesmo sem ter nenhuma utilidade ou valor sentimental, estão entre os mais comuns.

Mas existem piores. Segundo Rosana, obsessões com pensamentos e imagens agressivas, religiosas e sexuais são as que causam mais angústia. “A pessoa sente raiva e culpa por ter aquela ideia fixa, às vezes absurda e reprovável, na mente, mas a obsessão é totalmente involuntária. Nesses casos, fica mais difícil procurar apoio pelo medo de se expor”, diz.

Buscar ajuda, aliás, é o primeiro passo para quem apresenta os sintomas do TOC. De acordo com especialistas do Protoc (Projeto Transtornos do Espectro Obsessivo-Compulsivo) da USP, quem sofre com o transtorno, geralmente, tenta resolver por conta própria o problema. Ou, então, tenta guardá-lo em segredo porque tem vergonha de falar sobre ele. “Isso é uma pena porque quanto antes a doença for tratada, menor o sofrimento”, afirma a psiquiatra Ana Hounie.

Ainda não se sabe a origem do TOC, mas estudos indicam influências neurobiológicas e ambientais. Portanto, o tratamento recomendado por especialistas associa medicação e psicoterapia, além do apoio familiar.

A interferência da família, porém, não significa que ela deva se adaptar ao comportamento do doente. “Um erro comum é a família atender todas as solicitações da pessoa, o que contribui para a evolução do transtorno. O ideal é não acatar determinadas atitudes e impor limites. Aos poucos, ela vai cooperar e melhorar a própria conduta”, sugere Rosana.

A intervenção familiar é ainda mais importante na infância. Um TOC muito comum nessa fase, exemplifica a psicóloga, é o de ordem. A criança é extremamente organizada, arruma brinquedos ordenados por cores e tamanhos e não consegue ver nada fora do lugar. “Nesse caso, os pais não devem incentivar a atitude do filho por achar “bonitinho” sua necessidade por organização. Esse não é um comportamento típico de criança pequena. Ela poderá sofrer quando perceber que é diferente do grupo. A recomendação aí é buscar ajuda”.

Para combater o TOC, é necessário disseminar informações sobre o transtorno. Assim, as vítimas não perdem tempo sem diagnóstico e, consequentemente, sem tratamento adequado. Para saber mais, acesse: http://bit.ly/z1typN

Fonte: abiliodiniz.uol.com.br

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