Recebi por email de uma amiga muito especial. Sempre atenta as questões sociais!
Repassando... vale a pena
Documentário "Positivas", com mulheres que contraíram Aids dos maridos e que
será lançado em dezembro.
Acesse o blog da diretora Susanna Lira sobre o documentário
http://positivasofi lme.blogspot. com
Abaixo, outras informações.
Documentário dá face aos números do avanço da Aids entre mulheres acima dos
50
Trailer do documentário "Positivas", com mulheres que contraíram Aids dos
maridos e que será lançado em dezembro.
http://www.youtube. com/watch? v=95KaTb5hIjU
Maiá Menezes
Casadas ou com parceiros estáveis, elas se achavam imunes ao vírus HIV.
Seguras do relacionamento e diante da ilusão de que a transmissão estava
longe de seu universo aparentemente seguro, acabaram surpreendidas pela
realidade. Na faixa de 50 anos, sete mulheres contaram suas histórias no
documentário "Positivas", da cineasta Susanna Lira, que será lançado
segundafeira no Rio. Seus relatos dão a face aos números apresentados
anteontem pelo Ministério da Saúde: em 2007, a taxa de incidência de Aids
entre mulheres acima de 50 anos dobrou em relação a 1997 - de 5,2 por 100
mil habitantes para 9,9 por 100 mil.
- A gente acha que o amor imuniza - sintetiza a professora aposentada Maria
Aparecida Lemos, de 54 anos, portadora do vírus há oito anos e uma das
entrevistadas no documentário.
Cida, como gosta de ser chamada, alerta para o despreparo de médicos para
identificar os sintomas da doença. A demora no diagnóstico a levou à
cegueira.
- Há um preconceito dos médicos.
Nos primeiros sintomas de pele, acharam que era alguma alergia. Quando meu
cabelo começou a cair, disseram que era lupus. Depois veio a febre
reumática. E só depois que comecei a perder a visão é que fui encaminhada
para um infectologista - diz a aposentada.
A ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéia
Freire, diz que a situação de Cida é resultado de uma lacuna na formação dos
médicos: - No caso de uma mulher com relação estável que apresenta os
sintomas, muitos médicos sequer pedem o exame. Quando se trata de Aids, o
diagnóstico precoce é a chave da qualidade de vida diferenciada - diz a
ministra, lembrando que as mulheres acima de 50 em geral vivem relações
estáveis.
Nilcéia afirma que o padrão de infecção no Brasil segue uma tendência
mundial de feminilização da doença. Para ela, o principal motivo do aumento
do número dos casos de Aids entre mulheres é a dificuldade de negociar o uso
do preservativo com os homens: - Quem define como se dá a relação sexual é o
homem - disse a ministra, que, com recursos da secretaria, apoiou o filme.
Em depoimentos ao documentário, as sete mulheres, em todas as regiões do
país, relatam como foi a descoberta de que estavam infectadas - seja pelo
marido usuário de droga, por um companheiro homossexual ou por um parceiro
infiel.
- Foi um baque descobrir. A gente fica sempre pensando na questão da
fidelidade. Mas conforme ele (o marido) ficou doente, o importante foi saber
que o parceiro querido estava indo embora - relata Sílvia, cujo marido
começou a apresentar os sintomas da Aids depois de 14 anos de casamento.
A cineasta Susanna Lira, que fez pesquisas por dois anos para realizar o
documentário, afirma que procurou mulheres que aceitassem mostrar o rosto.
Em pesquisas nas secretarias estaduais, colhidas para o documentário, a
cineasta chegou a encontrar casos em que 64% das mulheres com Aids
contraíram o vírus do parceiro estável.
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