COMO LIDAR COM A RAIVA por Marilda Novaes Lipp




O que é raiva?

A raiva é uma sensação composta de 3 componentes que interagem um com o outro (pensamento avaliativo, mudanças físicas e comportamento de raiva) que ocorre frente a um acontecimento desencadeador. Estes 3 componentes são capazes de influenciar um ao outro aumentando a intensidade da sensação. Pensamento avaliativo quer dizer o modo como interpretamos uma situação e acontecimento desencadeador se refere a algum evento externo, ou seja uma provocação. Comportamento de raiva quer dizer o que a pessoa faz quando está na situação que lhe dá raiva.

No exemplo a seguir pode se verificar a interação dos 3 componentes da raiva.

Exemplo: se o marido deixa de fazer o que a mulher espera (a provocação) , ela pode ter um pensamento avaliativo do tipo “ele nunca faz o que quero, droga, ele não presta mesmo!” Neste momento, o corpo reage e mudanças físicas ocorrem, o coração bate muito rápido, os músculos ficam tensos, a respiração fica ofegante e uma sensação de sufoco ocorre”. Ao notar essas reaçoes físicas a esposa pode ter outro pensamento avaliativo “Puxa, ele me dá uma raiva!” O cérebro imediatamente percebe essas reaçoes, aumenta a raiva e deslancha o comportamento de raiva, que pode ser brigar, gritar, ir embora, ficar calada etc. Este comportamento de raiva, por outro lado, tem o poder de aumentar mais ainda a raiva que a pessoa já sentia.

Outro exemplo, se alguém nos faz uma injustiça(a provocação), podemos avaliar o que ocorreu pensando “que desaforo, não posso deixar isto acontecer”. Neste momento, nosso corpo vai reagir com aceleração das batidas do coração, com tensão muscular, a respiração fica ofegante e sensação de sufoco que faz aumentar a raiva. ÀS VEZES, A RAIVA VAI CRESCENDO CADA FEZ MAIS DENTRO DA PESSOA ATÉ POR HORAS. NESTES CASOS FICA DIFICIL PARAR A RAVIA QUE JÁ CRESCEU MUITO. seguir, é provável que façamos algo para demonstrar que estamos com raiva, as vezes até maior do que a situação merecia.



Resumindo, o processo da raiva ocorre do seguinte modo:


algo acontece na vida da pessoa:

1. ela interpreta o que ocorreu como uma afronta, ameaça ou injustiça pessoal (pensamento avaliativo)
2. o funcionamento do seu corpo sofre mudanças: o coração bate rápido, os músculos ficam tensos e há a sensação de sufoco;
3. o comportamento agressivo ocorre (ou raiva para dentro ou para fora)

Tenho o direito de ter raiva?

Todo mundo tem o direito de sentir. Raiva é um sentimento, portanto temos o direito de sentir raiva. Não é errado sentir raiva, o que pode ser errado é o modo como a expressamos, o que fazermos com ela. Não é necessário ter culpa por se sentir com raiva, mas reconheça que ela só é valida se estiver ajudando a pessoa a resolver o problema. Sempre pergunte a si mesmo se sua raiva está dentro do razoável e se você está sabendo fazer uso dela. Raiva dá energia e vigor e portanto pode ser útil para nos proteger de injustiças e abusos, porem ela deve ser mantida sob controle e usada de modo construtivo. A raiva passa a ser um problema quando ela é freqüente demais, intensa demais, quando dura muito , quando leva a agressão e violência e quando interfere nas relações interpessoais.

Por que se preocupar com a raiva?

Existem pessoas que sentem raiva com muita facilidade, que estão sempre sob o domínio deste sentimento. Suas ações, muitas vezes, fogem do seu controle. As conseqüências são graves para a sua saúde e se manifestam em termos de hipertensão, úlceras, depressão, obesidade, perda de emprego, abuso físico ou psicológico de familiares e amigos. A conseqüência inevitável disto é uma auto estima prejudicada, relações interpessoais tumultuadas e um alto nível de stress emocional. Quando a interpretação que se dá a algo que ocorreu em nossa vida ultrapassa a ameaça, a injustiça ou a afronta, então, a raiva fica desproporcional e intensa.

A fim de evitar estas conseqüências e garantir à pessoa propensa à raiva uma vida de melhor qualidade e com um menor nível de stress, necessário se torna aprender estratégias que a ajudem sentir menos raiva e usar a raiva, que não possa ser eliminada, como força de energia positiva.

Estratégias para lidar com a raiva

1. Reconheça que está com raiva;
2. Aprenda a reconhecer os eventos desencadeadores da raiva em você;
3. Aprenda a reconhecer os 3 componentes da raiva: avaliação, reações físicas e comportamento de raiva;
4. Entenda que algo só se torna um “evento desencadeador” (uma provocação) pela interpretação que você dá a ele;
5. Entenda que as reações físicas da raiva tem o poder de aumentá-la;
6. Compreenda que o comportamento de raiva é o último a ocorrer e que portanto dá tempo de controlar seu comportamento de raiva;
7. Sempre tente quebrar o processo de reação da raiva na sua fase inicial , isto é, verifique se o seu modo de avaliar a situação desencadeadora da raiva (aquilo que você acha uma provocação) pode ser mudado. Para tal mude o seu diálogo interno, o modo como fala consigo mesmo;
8. Quando perceber que a raiva está caminhando para as reações físicas , que seu coração já começou a bater muito rápido, que seu corpo e mente estão ficando tensos , que está desenvolvendo uma sensação de sufoco, tente relaxar para ver se elimina essas reações. Experimente dizer para si mesmo:
“Cal... ma, cal ...ma”,
“preciso tomar cuidado para não deixar a raiva correr todo o seu processo”,
“vai ver que minha visão do que ocorreu pode ser aliviada: a respiração fica ofegante”,
“vou deixar para reagir amanhã, quando tiver avaliado a situação sem raiva”.
“Sempre posso reagir amanha se quiser”.
“Não vou correr o risco de ficar doente por causa da minha raiva”.
“Estou aborrecido, mas isto não é fim do mundo”.
”Quem mantém a calma mantém o controle”.
“Posso assumir o controle das minhas emoções”.
9. Ao mesmo tempo que vai dialogando consigo mesmo, respire profundamente pelo nariz e expire devagarzinho pela boca;
10. Tente encontrar modos construtivos de uso da raiva, por exemplo, faça ginástica, caminhe, dance, cante, ria, seja positivo, converse sobre ela.
11. Quando já estiver em controle da sua raiva, tente resolver a situação que o fez ficar tão aborrecido.

Dificuldades das funções executivas são os sintomas que melhor identificam déficit de atenção entre adultos



Uma pesquisa publicada na última edição do periódico Archives of General Psychiatry sugere que os atuais critérios para o diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) entre adultos devem ser modificados para a próxima edição do Manual Estatístico e Diagnóstico dos Transtornos Mentais (DSM V), com a incorporação de mais sintomas que reflitam dificuldades nas funções executivas do cérebro.

Dificuldades das funções executivas são os sintomas que melhor identificam déficit de atenção entre adultos

Após entrevista de cerca de 350 adultos, os resultados apontaram que 45.7% dos adultos que apresentaram o diagnóstico de TDAH na infância persistiram com o transtorno na idade adulta, sendo que o déficit de atenção foi bem mais persistente do que a hiperatividade: 95% e 34.6% respectivamente. Apesar da maior persistência do déficit de atenção, esse é um sintoma frequentemente associado a outros transtornos psiquiátricos e teoricamente não deveria ser considerado um forte critério que discrimina o diagnóstico de TDAH desses outros problemas.

O resultado mais importante da presente pesquisa foi a demonstração de que sintomas que refletem problemas de funções executivas, como é o caso do planejamento e capacidade de resolução de problemas, são os mais específicos e que melhor auxiliam no diagnóstico do TDAH em adultos. Três dos atuais critérios (DSM IV) dizem respeito à dificuldade de funcionamento executivo (dificuldade em organizar as tarefas, cometre erros por descuido, perder muito as coisas). Entretanto, a presente pesquisa mostrou que outros sintomas de disfunção executiva, ainda não incluídos nos atuais critérios, têm grande potencial de incrementar a nova classificação. Entre eles podemos destacar: dificuldade de planejamento e a incapacidade de definir prioridades.

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) tem sido bastante explorado entre as crianças e só recentemente passou também a ser melhor entendido nos adultos. Estima-se que cerca de 60% das crianças com diagnóstico de TDAH continuam a apresentar os sintomas (desatenção, inquietude, impulsividade) durante a adolescência e idade adulta. Entretanto, o diagnóstico de TDAH nos adultos ainda é um tema controverso, especialmente no que diz respeito aos seus critérios diagnósticos.

Pesquisas demonstram que 3.5% dos adultos inseridos no mercado de trabalho podem ser classificados como portadores de TDAH. Esses indivíduos apresentam mais absenteísmo e menos desempenho no trabalho quando comparados a indivíduos sem TDAH. Apesar de apenas uma minoria receber tratamento específico, uma grande proporção é tratada por outros transtornos mentais, considerados como comorbidades: problemas que são mais comuns entre os que têm diagnóstico de TDAH, como é o caso de ansiedade, depressão e abuso e dependência de substâncias psicoativas.

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Por Ricardo Teixeira

Doutor em neurologia e pesquisador do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Dirige o Instituto do Cérebro de Brasília e é o autor do Blog “ConsCiência no Dia-a-Dia”.

Deficit de Atenção em Adultos

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma das condições neurológica e de desenvolvimento mais estudadas. Em termos gerais, desatenção, impulsividade e hiperatividade são os sintomas de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, o qual, acreditava-se anteriormente, acometia apenas as crianças. Hoje já se reconhece que o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é uma condição crônica, que persiste na vida adulta.

Entre a infância, adolescência e fase adulta há uma mudança no quadro clínico e nos sintomas do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e, embora a hiperatividade e a impulsividade diminuam com o passar dos anos, as dificuldades de atenção persistem ao longo do tempo.

É comum as crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade terem também um dos pais com esse problema. Isso ocorre porque, infelizmente, como tantas outras características, também essa é uma condição genética em cerca de 80% dos casos.

Desde a primeira descrição desse distúrbio de atenção, no início do Século XX, essa condição clínica recebeu diversas denominações ao longo do tempo. Já foi chamada de Lesão Cerebral Mínima, Disfunção Cerebral Mínima, Síndrome da Criança Hiperativa, Distúrbio Primário da Atenção, e Distúrbio do Déficit de Atenção com ou sem hiperatividade.

Desde o início de sua observação até hoje, os estudos sobre o Distúrbio de Déficit de Atenção se referem às crianças em sua expressiva maioria. Os critérios diagnósticos para Distúrbio de Déficit de Atenção, de acordo com o DSM-IV, referem características mais comumente observáveis em crianças e por essa razão os adultos com o diagnóstico de Distúrbio de Déficit de Atenção acabam não preenchendo tais critérios.

Em 1980 o DSM-III (classificação norte-americana de transtornos mentais que antecedeu o DSM-IV) passou a utilizar a denominação Distúrbio de Déficit de Atenção e, com essa mudança, o transtorno não foi mais obrigatoriamente associado à hiperatividade, mas sim, às dificuldades de atenção. Hoje, parece mais consensual que nas meninas o tipo clínico mais comum é sem hiperatividade, chamado Transtorno de Déficit de Atenção Predominantemente Desatento e nos homens, mais freqüentemente os quadros com Transtorno de Déficit de Atenção Predominantemente Hiperativo.

Durante muitos anos acreditou-se também que os sintomas de TDAH geralmente desaparecessem espontaneamente no final da adolescência. De fato, existe uma tendência da hiperatividade declinar com o passar dos anos, mas os sintomas de desatenção tendem a persistir. Na verdade também a hiperatividade nem sempre a desaparece, ela apenas evolui de acordo com a idade, havendo uma “domesticação” do comportamento hiperativo. O comportamento hiperativo é substituído por atitudes de estar sempre andando de um lado para outro, de fazer tudo como se estivesse com muita pressa, de não conseguir deixar as mãos paradas e assim por diante.

Hoje em dia alguns autores acreditam que o TDAH persiste em aproximadamente 50 a 70% dos casos na idade adulta, embora o quadro clínico sofra algumas modificações com o passar do tempo (Wender, 1995).

Apesar do TDAH acometer entre 3 e 5 % das crianças, sendo considerada uma das patologias psiquiátricas mais freqüentes nesse grupo etário, pouco se sabe de sua real prevalência em adultos. Embora esse transtorno tenha sido raramente diagnosticado até recentemente em adultos, estima-se que 30 a 60% dos casos tenha seus sintomas persistidos na idade adulta, sendo sua prevalência estimada em 1 a 2%.

Quadro Clínico

O Adolescente com TDAH
As diferenças do adolescente com TDAH decorrem do próprio amadurecimento do Sistema Nervoso Central, da faixa etária e da fase da vida mas, em geral, o adolescente com TDAH têm dificuldade de ficar concentrado nas aulas, em leituras, principalmente se não tiver nenhum interesse pelos temas das aulas.

Esse critério, entretanto, deve ser cuidadosamente considerado. Há uma tendência natural em se atribuir a alguma "doença" nossas falhas, como se fosse um deslocamento da responsabilidade sobre o desejável empenho que um estudante deve ter. Pensar na possibilidade de alguma "doença" que compromete a "boa vontade" alivia muito o sentimento do dever.

Outra característica é a grande dificuldade em completar tarefas. Alguns desses adolescentes iniciam várias atividades, mas persistem em poucas. Habitualmente eles são desorganizados, esquecem compromissos, trabalhos, vivem sempre à procura das coisas que não sabe onde deixou, não se lembram onde deixaram seus óculos, chaves, etc.

Esse critério deve ser considerado também com cautela, pois, devido à sabida tendência de buscar em alguma "doença" justificativas para nossas falhas, a falta de perseverança e determinação, a negligência no empenho para resolver compromissos e deveres costumam ter um peso bastante atenuado se atribuirmos um desempenho claudicante ao TDAH.

No TDAH franco e verdadeiro é muito marcante a tendência dos pacientes em fazer várias coisas ao mesmo tempo, muito embora dificilmente consigam completar alguma dessas coisas. Essas pessoas são impacientes e inquietas, em constante busca de novidades e emoções. A ousadia, portanto, pode estar presente na forma da condução perigosa de veículos, na busca por esportes radicais e outros desafios.


Destemido

Além disso, podem fazer uso abusivo de álcool ou drogas. Em geral os adolescentes com TDAH procuram as drogas porque se sentem passageiramente melhor sob o efeito delas, embora sejam inadequadas como tratamento. Normalmente existe o mesmo distúrbio entre familiares do paciente com TDAH, uma vez que esse problema tem um forte componente genético.

O quadro sintomático do TDAH pode ser dividido em 3 áreas: a atenção, o controle dos impulsos e a atividade motora. O sintoma mais exuberante, notadamente nas crianças, é o comportamental, ou seja, o descontrole impulsivo e a hiperatividade, mas o déficit da atenção costuma ser a manifestação mais duradoura e mais relacionada aos prejuízos sócio-ocupacionais. Como vivemos num mundo onde a produção é o passaporte para a vida em sociedade, os prejuízos sócio-ocupacionais acabam sempre sendo determinantes na busca de ajuda médica.

O Adulto com TDAH

O adulto com TDAH se caracteriza por um comportamento desatento, desconcentrado e facilmente distraído. Normalmente ele é pouco persistente no que faz, tendo dificuldade em completar suas tarefas, a ponto de alguns deles nunca terem conseguido ler um livro até o final.

Com um estilo de vida bastante desorganizado, normalmente esses pacientes esquecem de pagar contas em dia, são confusos e caóticos no trabalho, esquecem compromissos, não conseguem estabelecer prioridades. Isso tudo acaba ajudando esses pacientes a se atrasarem com muita freqüência aos compromissos.

Em geral eles são impacientes, tomam decisões precipitadas e, muitas vezes, se arrependem daquilo que fazem impulsivamente, são também inquietos, têm dificuldade em ficar quietos e quase sempre estão procurando coisas para fazer. São extrovertidos e falantes, monopolizam as conversas e a atenção dos demais, mas, por outro lado, costumam ser péssimos ouvintes.

Tal como os adolescentes, esses adultos são também impulsivos para dirigir. No trabalho têm um rendimento abaixo do que seriam capazes, mudam freqüentemente de emprego, de relacionamentos e/ou de residência. São muito emotivos, têm freqüentes oscilações do humor e se irritam com facilidade.

Atenção

Para entendermos as alterações do TDAH na área da atenção temos de rever a questão da vigilância e da tenacidade. A tenacidade é a propriedade de manter a Atenção orientada de modo permanente em determinado sentido.

Vigilância


A vigilância é a possibilidade de desviar a atenção para um novo objeto, especialmente para um estímulo do meio exterior. Essas duas qualidades da atenção se comportam, geralmente, de maneira antagônica, ou seja, quanto mais tenacidade sobre um determinado objeto está se dedicando, menos vigilante estamos em relação à eventuais estímulos a serem apreendidos.

No TDAH predomina sempre uma atitude de vigilância, sendo muito difícil manterem a tenacidade, dái a dificuldade de concentração. Na pessoa normal esses dois estados da atenção convivem harmoniosamente, usando a tenacidade para estudar, resolver cálculos por exemplo, e a vigilância para dirigir, caminhar pelas ruas, etc.

As alterações da Atenção no TDAH aparecem na forma dos sinais abaixo listados, os quais podem estar presentes também em pessoas normais, porém, atenuadamente:

Alterações da Atenção no TDAH

- A pessoa comete erros por puro descuido, não presta muita atenção nos detalhes, negligencia nos deveres escolares, no trabalho, ou em outras atividades;

- Mostra dificuldade em atividades que exijam uma atenção prolongada, tal como nas tarefas ou nos jogos;

- Mostra dificuldade em manter a atenção com a fala das outras pessoas, parece não escutar o que lhe falam;

- A pessoa é pouco persistente, não completa tarefa, não obedece às instruções passo a passo e não completa deveres, ou tarefas no trabalho, por impaciência ou falta de persistência;

- Apresenta um estilo de vida desorganizado, tem dificuldade em ser organizado em trabalhos ou outras atividades, em controlar o talão de cheques, contas, etc;

- Costumeiramente perde objetos ou pertences, como chaves, canetas, óculos, etc;

- Qualquer estímulo desvia sua atenção do que está fazendo, evita e se mostra relutante a envolver-se em tarefas que exigem um esforço mental prolongado, tais como deveres escolares ou trabalhos de casa;

- Muda freqüentemente de uma atividade para outra, quase sempre sem completar a anterior;

- Vive freqüentemente atrasada;

- Sofre a ocorrência de "brancos" durante uma leitura, conversa ou conferência.


Hiperatividade
Quanto à hiperatividade, esta se manifesta como uma espécie de reatividade psicomotora exagerada aos estímulos, uma desinibição da resposta motora, ou uma deficiência no controle da psicomotricidade. Nos adultos a hiperatividade pode ser bem menos marcante que nas crianças. Na adolescência, a hiperatividade diminui, enquanto que o déficit de atenção, a impulsividade e a desorganização permanecem como os sintomas predominantes.

Os sinais da hiperatividade observados em adultos e em grau capaz de comprometer a adaptação e o desenvolvimento costumam ser os seguintes:

Sinais da Hiperatividade Observados em Adultos

- Apresenta uma sensação subjetiva constante de inquietação ou ansiedade, com dificuldade em brincar ou praticar qualquer atividade de lazer sossegadamente;
- Busca freqüentemente situações estimulantes, muitas vezes que implicam risco, podendo correr ou subir em locais inadequados.
- Costuma fazer diversas coisas ao mesmo tempo, como, por exemplo, ler vários livros;
- Está sempre mexendo com os pés ou as mãos ou se revira na cadeira;
- Fala quase sem parar, e tem tendência a monopolizar as conversas;
- Mostra necessidade de estar sempre ocupado com alguma coisa, com freqüência está preocupado com algum problema seu ou de outra pessoa, freqüentemente está muito ocupado ou freqüentemente age como se estivesse "elétrico";
-Não permanece sentado por muito tempo, levanta-se da cadeira na sala de aula ou em outras situações nas quais o esperado é que ficasse sentado.

Impulsos
Em relação ao controle dos impulsos, o que parece acontecer é uma dificuldade na manutenção da inibição social e comportamental normais, uma alteração neurobiológica do autocontrole.

As características do déficit de controle dos impulsos em adultos com TDAH se apresentam da seguinte forma:

Caracterísiticas comportamentais do TDAH em Adultos

- A pessoa responde antes de ouvir a pergunta toda;
- Age por impulso em relação a compras, decisões em assuntos importantes, em rompimento de relacionamentos, e por vezes se arrepende logo depois;
- Apresenta reações em curto-circuito, com rápidas e passageiras explosões de raiva, tipo "pavio curto";
- Dirige perigosamente;
- É de uma espontaneidade excessiva, chegando às raias da falta de tato e de cerimônia.
- É hiper-sensível à provocação, crítica ou rejeição;
- É impaciente e tem grande dificuldade de esperar;
- Mostra baixa tolerância à frustração;
- Não consegue se conter, reagindo mesmo quando a situação não o atinge diretamente ou quando sua reação pode prejudicá-lo;
- Sofre oscilações bruscas e repentinas do humor, quase sempre de curta duração;
- Tem tendência a explosões histéricas;
- Tem um mau humor fácil.

Com essas características comportamentais justifica-se o estresse das famílias desses pacientes, principalmente levando-se em conta o prejuízo nas atividades escolares, ocupacionais, vocacionais e sociais. Isso sem contar, considerando o próprio paciente, os efeitos negativos em sua auto-estima, normalmente muito rebaixada.

As conseqüências existenciais da pessoa com TDAH, principalmente em adultos, seriam:

Conseqüências Existenciais do TDAH em Adultos

- Adiamento crônico de qualquer tarefa ou compromisso, ou seja, dificuldade de dar a partida;
- Alcoolismo e abuso de drogas;
- Baixa auto-estima e um sentimento crônico de incapacidade e pessimismo;
- Demora tempo excessivo na execução de algum trabalho, devido em parte ao sentimento de insuficiência.
- Difícil sociabilidade, dificuldade em manter os relacionamentos duradouros;
- Tendência a culpar as outras pessoas;

Além disso, são muitos os estudos que mostram um risco aumentado de desenvolverem outros transtornos psiquiátricos na infância nas crianças com essa síndrome, juntamente com a comorbidade (concomitância) de outros transtornos também nos adolescentes e nos adultos. Entre essas eventuais alterações psíquicas as mais temerárias seriam o comportamento anti-social, abuso ou dependência de álcool e drogas, transtornos sérios do humor e de ansiedade.

Outros traços podem fazer parte da personalidade do portador de TDAH. Entre esses traços estaria presente a tendência à caligrafia ruim, dificuldades de coordenação motora, dificuldades no adormecer e de despertar, sendo pessoas que adormecem e despertam tarde, maior sensibilidade a ruídos e ao tato, síndrome pré-menstrual mais acentuada, dificuldade de orientação espacial e na leitura de mapas, deficiência na avaliação do tempo.

Diagnóstico
O diagnóstico do TDAH, como sempre deveria ser em medicina, repousa em dois grandes aspectos: o quadro clínico, com a observação de sintomas na idade adulta, juntamente com a história de eventuais sintomas apresentados na infância. Portanto, o diagnóstico é fundamentalmente clínico. Para o diagnóstico de TDAH em adultos alguns autores têm sugerido o seguinte:

Diagnóstico de TDAH em Adultos

História infantil compatível com o transtorno do adulto;
Ausência de transtorno de personalidade anti-social, esquizotípica ou borderline,
Ausência de transtornos do humor, esquizofrenia e transtornos esquizoafetivos;
Dois dos seguintes sintomas:
4.1 - déficit de atenção,
4.2 - hiperatividade,
4.3 - labilidade emocional,
4.4 - incapacidade de cumprir uma tarefa inteira,
4.5 - temperamento explosivo,
4.6 - impulsividade,
4.7 - intolerância ao estresse

Para o diagnóstico no adulto Brown (1995) propôs critérios baseados nos aspectos nucleares do transtorno, que seriam cognitivos e emocionais:

Critérios de Brown para o diagnóstico de TDAH em Adultos

- Ativação e organização no trabalho: dificuldade em iniciar tarefas, organizar-se, estimular-se sozinho para rotinas diárias.
- Sustentação da atenção: dificuldades para manter a atenção nas tarefas, distração ou "sonhos acordados" excessivos durante o dia, em especial enquanto está ouvindo ou lendo por obrigação.
- Manutenção da energia e do esforço: dificuldades em manter um nível consistente de energia e esforço nas tarefas, sonolência diurna, cansaço mental.
- Labilidade do humor e hipersensibilidade à crítica: irritabilidade variável e não desencadeada por fatores externos, aparente falta de motivação, rancor exagerado.
- Dificuldades de memória: dificuldades na recuperação de material recente (nomes, datas, fatos) e remoto.

Devido (também) a esses problemas, os portadores de TDAH têm baixa auto-estima, sentem-se desmoralizados, fracassados e superados pelos seus pares. A comorbidade com esse transtorno ocorre com dificuldade no aprendizado, depressão, irritabilidade e abuso de substâncias.

De qualquer forma, existe um consenso de que o diagnóstico de TDAH deva ser clínico, ou seja, fundamentalmente baseado na observação dos sinais e sintomas e na importância da história clínica. Em relação à essa última, devem ser entrevistados membros da família, ou pessoas que convivam de perto do paciente (professores, chefes no serviço...), tendo em vista o fato comum da falta de insight desses pacientes.

A performance escolar desses pacientes deve ser sempre investigada com atenção, tendo-se em mente que, embora possa haver baixo rendimento escolar, não é raro que essas pessoas sejam bem dotadas intelectualmente. Também devemos levar em consideração que, como em qualquer outro transtorno médico, existe a possibilidade de uma gama variável de intensidade do quadro clínico, de casos bastante leves ou discretos, até os mais graves e com profundo comprometimento funcional.

O diagnóstico atual de TDAH pelo DSM-IV enfatiza a possibilidade de haver uma (a) - forma predominantemente desatenta, (b) - uma forma predominantemente hiperativa e (c) - uma forma mista, reconhecendo que os sintomas estão presentes antes dos sete anos de idade. Mas há ainda a possibilidade do diagnóstico de TDAH "em remissão parcial" para adolescentes e adultos que não preenchem os critérios plenos, devido a uma atenuação da sintomatologia. Os sintomas encontrados nos adultos são, geralmente, bem menos floridos que em crianças.

Comorbidade
Num trabalho de Millstein, Wilens, Biederman e Spencer em 1998, foram examinados 149 adultos com TDAH. Em 97% deles foram assinaladas de uma a quatro condições psiquiátricas comórbidas (concomitantes). Esses dados são extremamente importantes, na medida em que permitem deduzir que o tratamento exclusivo da outra condição psiquiátrica comórbida sem o adequado tratamento para o TDAH resultará em resultados insatisfatórios.
Com freqüência se associam ao TDAH os seguintes transtonos emocionais:

a - Distúrbios depressivos, geralmente a distimia ou quadros depressivos intermitentes
b - Distúrbios ansiosos, comumente o distúrbio da ansiedade generalizada, o distúrbio do pânico, quadros
fóbicos, obsessivos e o distúrbio de Tourette.
c - Alcoolismo e abuso de drogas.
d - Distúrbios anti-sociais.
e - Distúrbios delirantes.

Etiologia
Importante para o diagnóstico lembrar que o TDAH é uma condição que acompanha a pessoa desde sempre, é constitucional e inerente à biologia da pessoa, portanto, ninguém adquire TDAH. A pessoa É portadora de TDAH, ela não ESTÁ com TDAH .

A maioria dos trabalhos recentes sobre TDAH encontra evidências de que se trata de um distúrbio neurobiológico. Alguns apontam para um eventual déficit de neurotransmissores, e outros dão ênfase ao déficit funcional do lobo frontal, mais precisamente do córtex pré-frontal.

Entre os neurotransmissores envolvidos no TDAH a dopamina (DA) e a noradrenalina (NA) teriam papel de destaque. Não parece haver participação da serotonina no Distúrbio de TDAH .

A favor dessa hipótese está o fato dos medicamentos que aumentam as quantidades de DA e NA no cérebro serem capazes atenuar os sintomas do TDAH, enquanto os antidepressivos que aumentam a serotonina (como a fluoxetina) não parecem ter bom efeito sobre esses sintomas.

Quanto ao eventual comprometimento do lobo frontal e de estruturas subcorticais (núcleo caudado e putamen) com ele relacionadas no TDAH, as técnicas especiais de neuro-imagem têm revelado alguns resultados promissores. Acredita-se que os lobos frontais tenham uma função executiva, importantes para a capacidade de iniciar, manter, inibir e desviar a atenção.

Portanto, seria tarefa dos lobos frontais o gerenciamento das informações recebidas, a integração da experiência atual com a experiência passada, o monitoramento do comportamento presente, a inibição das respostas inadequadas, e a organização e planejar de metas futuras. Podemos compreender dessa forma muitas das manifestações de TDAH como resultado de uma deficiência funcional do lobo frontal.

Evidenciou-se ainda, uma simetria anormal do córtex pré-frontal de pacientes com TDAH. Normalmente o córtex pré-frontal direito é ligeiramente maior que o esquerdo mas, nesses pacientes, haveria uma redução do córtex pré-frontal direito (Barkley, 1997).

Estudos diversos com gêmeos e com crianças adotadas sugerem fortemente que o TDAH é um distúrbio genético ou, no mínimo, constitucional. Tem sido extremamente comum vermos pacientes com TDAH e histórias familiares com ocorrência do mesmo distúrbio em pais ou irmãos. Recentemente acredita-se que o uso de álcool, fumo e drogas durante a gestação sejam fatores peri-natais importantes para o desenvolvimento de TDAH.

Curso
A maioria dos pais observa pela primeira vez o excesso de atividade motora quando as crianças ainda estão engatinhando, freqüentemente coincidindo com o desenvolvimento da locomoção independente, mas o transtorno é mais comumente diagnosticado pela primeira vez durante as primeiras séries escolares, quando o ajustamento à escola está comprometido.

Um traço marcante do TDAH em adultos é sua evolução cambiante e inconstante, ou seja, ao longo dos anos o quadro clínico muda sua aparência, embora em segundo plano persistam sempre os sinais da tríade mencionada (desatenção, hiperatividade e impulsividade). Na maioria dos casos observados nos contextos clínicos, o transtorno é relativamente estável durante o início da adolescência. Na maioria dos indivíduos, os sintomas atenuam-se durante o final da adolescência e idade adulta.

Assim sendo, tomando-se por base o TDAH em crianças, que é sua situação mais típica, com o passar do tempo costuma haver uma redução de 50% dos sintomas a cada 5 anos e, finalmente, apenas 8% das crianças se manterão sintomáticas (Hill e Schoener, 1996) na idade adulta. Mannuza (1998) encontrou dados semelhantes, constatando 4% para pacientes sintomáticos aos 25 anos de idade.

Outros adultos podem reter alguns dos sintomas, aplicando-se nestes casos um diagnóstico de TDAH em Remissão Parcial ou Residual, como preferem alguns autores. Weiss e Hechtman (1993) examinaram 25 pacientes aos 25 anos de idade e concluíram que 2/3 deles permanecia com um sintoma de TDAH, pelo menos. Esses achados sugerem fortemente que, embora possa ocorrer atenuação dos sintomas com o passar da idade, muitos adultos ainda permanecem sintomáticos.

O diagnóstico de TDAH em adulto aplica-se aos pacientes que não têm mais o transtorno com todos os seus aspectos clínicos característicos, mas que ainda retêm alguns sintomas suficientes para causarem prejuízo funcional.

Adultos portadores de TDAH costumam ter sérios problemas com o trabalho, performance escolar bastante prejudicada e dificuldades nos relacionamentos interpessoais. Freqüentemente eles ficam entediados com as tarefas que exigem organização e planejamento.

Texto baseado predominantemente nos artigos:
- Hiperatividade Déficit de Atenção Adultos de Sérgio Bourbon Cabral
Associação Brasileira de Déficit de Atenção
- Transtornos de Déficit de Atenção em Adultos de Kátia Petribú, Alexandre Martins Valença, Irismar Reis de Oliveira


para referir:
Ballone GJ -Distúbio do Déficit de Atenção em Adultos in. PsiqWeb, Internet - disponível em http://www.psiqweb.med.br/, revisto em 2006



Bibliografia

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Fonte:http://www.psiqweb.med.br

Medo de voar

Existe um grande número de pessoas que, só de pensar na possibilidade de viajar de avião são invadidas por uma ansiedade imensa e por pensamentos atordoantes que as apavoram e causam mal-estar físico. O medo de voar é uma fobia específica que atinge mais de 40% dos brasileiros e que pode se manifestar em diferentes níveis, do mais ameno - no qual as pessoas utilizam o transporte aéreo com um certo receio - ao mais extremo – no qual as pessoas sequer conseguem entrar em uma aeronave.

Embora reconhecido por todos como o meio de transporte mais seguro que existe - as estatísticas mostram que para cada 1,32 milhões de passageiros de avião apenas um poderá morrer em acidente aéreo, enquanto mais de 265 poderão morrer no trajeto até o aeroporto - para quase metade da população brasileira voar é algo assustador.

O sofrimento gerado pelo medo de voar é intenso e provoca uma cadeia de reações físicas desagradáveis: pensamentos recorrentes, crises emocionais e reações físicas como palpitações, sudorese, tremores, desconforto abdominal, falta de ar, náusea, desconforto no peito, vertigem, etc.

Essa fobia, além de gerar constrangimentos às pessoas, pode prejudicar também sua vida social e profissional. Algumas pessoas chegam a recusar excelentes empregos ou a perder maravilhosos passeios por temerem viajar de avião. Outras se refugiam no efeito do álcool e tranqüilizantes para "enfrentar” a viagem. O medo de voar pode estar relacionado a diversos fatores isolados ou concomitantes: medo de acidente, medo de ficar em lugares fechados, medo de altura, medo da perda de controle, e outros.

Felizmente, com o desenvolvimento da Psicologia Comportamental e Cognitiva, a cura do medo de voar e de outras fobias correlatas passou a ser atingida com um alto índice de sucesso - acima dos 90%.

Livro


Eu Socorro Costa indico este livro.

O livro: “Avião – Viaje Sem Medo”, da psicóloga Elvira Gross permite que as pessoas entendam a origem e o mecanismo do medo de voar, por que o medo vira fobia e quais as formas de superá-lo.

O livro aborda os seguintes temas:

* Por que temos medo?
* O condicionamento para sentir medo
* Quando o medo vira fobia
* Voar de avião é perigoso ou não?
* O medo de voar
* Como superar o medo de voar
* Atitudes para viajar com tranqüilidade
* Depoimentos
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